Bolsonaro trabalha nos bastidores da Câmara para garantir revogação da prisão do aliado Daniel Silveira

 
Líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR) afirmou nesta quarta-feira (17), em publicação nas redes sociais, ser favorável à revogação da prisão preventiva do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes (STF) após ataques, ameaças e ofensas aos integrantes da Suprema Corte.

No Twitter, Ricardo Barros, que sobrevive politicamente à sombra da sabujice explícita e do escambo criminoso, afirmou que essa é uma opinião pessoal como parlamentar e que o governo não entrará na discussão, que deverá contrapor apenas os Poderes Legislativo e Judiciário.

“Como parlamentar, votarei pela soltura do deputado Daniel Silveira; pela liberdade de expressão, de opinião e pela imunidade parlamentar, direitos garantidos na constituição federal. O impasse é entre legislativo e judiciário. O governo não faz parte da questão”, escreveu o líder do governo na rede social.

 
Ricardo Barros dá interpretação de conveniência aos mencionados direitos, pois o direito à liberdade de expressão não é absoluto nem representa passe livre para o cometimento de crimes. Sobre a imunidade parlamentar, mencionada pelo líder do governo, a gravidade das declarações de Silveira ultrapassa com folga as fronteiras do aludido direito. Ou seja, o deputado bolsonarista deve responder criminalmente pelos ataques. Mais cedo, em decisão unânime, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a prisão preventiva de Daniel Silveira.

Logo após a prisão de Daniel Silveira, um dos parlamentares mais próximos do presidente da República, a cúpula do Palácio do Planalto recomendou a Bolsonaro que mantivesse distância do imbróglio. Mesmo assim, o presidente decidiu atuar nas coxias do poder para salvar um aliado, cuja prisão, se mantida, impactaria no seu projeto de reeleição.

Ricardo Barros pode alegar que se trata de opinião pessoal, sem qualquer conexão com o governo, mas na condição de líder ele jamais tomaria uma decisão como essa sem o consentimento de Bolsonaro. E se assim agiu, é porque, a pedido do presidente, arrastará um punhado de votos favoráveis a Silveira.

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