PGR apresenta denúncia contra o deputado bolsonarista Daniel Silveira, preso por ordem do Supremo

 
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (17), o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), preso na noite anterior por ordem do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga ataques aos ministros Corte e notícias fraudulentas.

A acusação foi apresentada logo após o plenário decidir por unanimidade pela manutenção da prisão em flagrante do parlamentar por crime inafiançável. A denúncia foi feita no vácuo do inquérito dos atos antidemocráticos, aberto em abril do ano passado no Supremo a pedido do Ministério Público.

Na denúncia, a PGR acusa Silveira de agressões verbais e graves ameaças contra ministros da Corte para favorecer interesse próprio (em três ocasiões); incitar o emprego de violência e grave ameaça para tentar impedir o livre exercício dos Poderes Legislativo e Judiciário (duas vezes); e incitar a animosidade entre as Forças Armadas e o STF (ao menos uma vez). Tais crimes estão previstos no Código Penal e na Lei de Segurança Nacional.

A denúncia configura acusação apresentada à Justiça que, se aceita, torna réu o investigado e abre caminho para uma ação penal. Como o deputado Daniel Silveira tem direito a foro especial por prerrogativa de função, cabe ao Supremo analisar o caso.

 
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Silveira foi preso após publicar nas redes sociais vídeo em defende o AI-5, mais duro instrumento de repressão usado na ditadura militar, e a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), pautas consideradas inconstitucionais.

No vídeo, o deputado bolsonarista ataca, ameaça e ofende ao menos seis ministros do Supremo: Luiz Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli.

Acusação

Assinada pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, a denúncia argumenta que, a partir do momento em que tornou-se alvo de investigação, Daniel Silveira passou a atacar ministros do STF com agressões verbais e ameaças – em clara estratégia de intimidação, já que cabe à Corte analisar sua conduta criminosa.

Além do vídeo publicado na terça-feira, a denúncia cita outros dois materiais divulgados pelo parlamentar em novembro e dezembro de 2020, com apologia à ditadura e à atuação das Forças Armadas contra o STF.

Para Medeiros, as declarações de Silveira não estão protegidas pela imunidade parlamentar, que em tese, dentro dos limites da lei, assegura a deputados e senadores a possiblidade de não responder por crime de opinião. O direito à liberdade de expressão e manifestação do pensamento não é absoluto, já que não representa senha para o vale-tudo e o cometimento de crimes.

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