Governo de SP estuda possibilidade de colocar todo o estado na fase vermelha, mas com escolas abertas

 
O governo de São Paulo avalia a possibilidade de colocar todo o Estado na fase vermelha, a mais restritiva do plano de reabertura econômica durante a pandemia do novo coronavírus. As novas medidas serão anunciadas nesta quarta-feira (3), mas ainda dependem de uma costura a ser feita pelo governador João Dória Júnior (PSDB), que vem tomando decisões no âmbito da pandemia de olho na eleição presidencial de 2022.

Não há, pelo menos por enquanto, previsão para fechar escolas, apesar da entrevista concedida pelo secretário de Saúde, Jean Gorenchteyn, à rádio CBN, em que afirmou ser favorável ao fechamento dos estabelecimentos de ensino como forma de controlar a circulação do vírus. A declaração de Gorenchteyn causou mal-estar no governo paulista.

Desde dezembro, as aulas presenciais em todo o estado são opcionais nas fases laranja e vermelha, as mais restritivas do chamado Plano SP de reabertura econômica, desde que respeitadas algumas regras, como por exemplo, limitação da capacidade e adoção de medidas de proteção e higienização.

Na fase vermelha, contudo, apenas os serviços considerados essenciais são permitidos. Segundo informações não confirmadas, a ideia do governo é estender a fase vermelha por duas semanas, a depender da evolução da pandemia no estado. Adotar medidas mais drásticas para conter o avanço da pandemia é algo extremamente necessário, mas uma decisão dessa natureza fica comprometida desde o início diante de eventuais revisões por parte do governo. Isso faz com que setores da economia comecem a pressionar as autoridades para a flexibilização das regras.

A possibilidade de todo o estado ingressar na fase vermelha foi discutida com 620 dos 645 prefeitos paulistas, durante videoconferência, estratégia usada pelo Palácio dos Bandeirantes para avaliar a receptividade da medida. Alguns prefeitos, como os de Araraquara, Jundiaí, São José do Rio Preto, São Bernardo do Campo e Santo André solicitaram a adoção com urgência de medidas mais restritivas, já que nas respectivas regiões o sistema de saúde está colapsado ou muito próximo disso.

 
Em carta enviada ao governador de São Paulo, a Associação Paulista de Municípios (APM) fez solicitação semelhante. No documento, a APM ressaltou a proposta para impulsionar a campanha estadual de vacinação contra Covid-19 com 20 milhões de doses da Coronavac e outras 20 milhões da vacina russa Sputnik V. Contudo, o presidente Jair Bolsonaro vetou nesta terça-feira a possibilidade de estados e municípios adquirirem vacinas.

Em que pese o absurdo veto de Bolsonaro, que por flerta com a reeleição não quer acumular derrotas políticas, é importante destacar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite a estados e municípios adotarem medidas de combate à pandemia. E a vacinação é uma dessas medidas.

O Centro de Contingência da Covid-19, formado por especialistas e autoridades da saúde que aconselham o governador João Dória em temas relacionados à pandemia, crise, propôs a adoção de medidas mais duras, como, por exemplo, o lockdown, mas o governo paulista preferiu limitar-se às balizas do plano de reabertura econômica.

A não decretação do lockdown neste momento está atrelada à indefinição do governo federal e do Congresso em relação ao pagamento de uma nova rodada de parcelas do auxílio emergencial.

O estado de São Paulo tem 73,2% de ocupação de leitos de UTI em decorrência da pandemia, 74,3% na Grande São Paulo. Na capital paulista, os hospitais privados estão com 100% dos leitos de UTI ocupados.

Mais cedo, a prefeitura de Campinas colocou a cidade na fase vermelha, apesar de a macrorregião estar na fase laranja. No Grande ABC, municípios implantaram lockdown no período noturno.

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