Em Israel, Ernesto Araújo é repreendido ao esquecer máscara e impõe novo vexame à diplomacia brasileira

 
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi repreendido no domingo (7) por estar sem máscara durante encontro com o ministro do Exterior israelense, Gabi Ashkenazi, no primeiro compromisso oficial da comitiva brasileira que embarcou no sábado para o país do Oriente Médio.

Quando seguia para posar para foto oficial junto com o chanceler israelense, o brasileiro, que não usava máscara, foi alertado pelo locutor do evento. “Precisamos que seja com máscara”, advertiu, em inglês. Araújo se afastou e colocou o acessório antes de se aproximar do homólogo israelense para a foto. A gafe, registrada em vídeo, é mais uma vergonha imposta à diplomacia brasileira pelo governo negacionista de Jair Bolsonaro.

No sábado, antes de embarcar para Israel, Araújo foi criticado por postar foto em que aparece sem máscara ao lado do presidente Jair Bolsonaro e da comitiva que o acompanhou ao país do Oriente Médio.

Em pronunciamento após reunião com Ashkenazi, Araújo defendeu que o Brasil feche parcerias com Israel para o desenvolvimento de vacinas e remédios para combater a pandemia da Covid-19 e reconheceu que Israel “dá exemplo de vacinação” e está “liderando o caminho no combate à pandemia”.

“Queremos ser parceiros no desenvolvimento de vacinas e de remédios que possam tanto tratar como prevenir contra a Covid”, disse Araújo. Ele afirmou que o Brasil “tem iniciativas interessantes” na área, sem dar mais detalhes.

Em relação ao fato de que Israel “dá exemplo de vacinação”, isso só foi possível porque o governo de Tel Aviv não demorou a adquirir imunizantes. Como a extensa maioria da equipe de Bolsonaro é formada por incompetentes e sabujos, o genocídio avança a passos largos no Brasil, enquanto o presidente da República discursa contra o isolamento social. Bolsonaro que se cuide, pois o efeito dos protestos dos paraguaios contra o presidente do país pode atravessar a fronteira.

 
Líder em vacinação

Em sua fala, o chanceler israelense disse estar ciente do momento difícil pelo qual passa o Brasil em relação à pandemia, e disse que seu país “fará todo o possível” para ajudar. Israel é líder global em vacinação, já tendo vacinado mais da metade da população com o imunizante da Pfizer/Biontech.

Os dois chanceleres também discutiram assuntos como o combate ao terrorismo. “Por muito tempo foi muito mais uma questão de somente dizer que repudiamos o terrorismo. Agora queremos agir contra ele, e não fingir que não existe em nossa região”, disse Araújo.

De acordo com o Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores deve se reunir nesta segunda-feira com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Outros encontros

Estão previstos encontros da comitiva brasileira com dirigentes do Centro Médico Sourasky (conhecido como Hospital Ichilov), que estuda a eficácia do spray nasal EXO-CD 24 contra a Covid-19. O interesse do Brasil pelo tratamento foi divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro no mês passado.

Há encontros previstos também com representantes do Instituto Weizman de Ciência, que estuda o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19, e do Centro de Pesquisa do Hospital Hadassah, que estuda o uso do medicamento Allocetra no tratamento da doença.

Integram a comitiva o secretário especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten; o assessor especial da Presidência Filipe Martins; os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Hélio Lopes (PSL-RJ); o embaixador Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega; o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto; e o secretário de Políticas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcelo Marcos Morales. (Com agências de notícias)

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