Em clara demonstração de descontrole da pandemia, Brasil registra 3.158 mortes por Covid-19 em 24 horas

 
Enfrentando o pior momento da pandemia até então, o Brasil registrou 3.158 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 298.843 óbitos desde o início da maior crise sanitária do século. Com o novo balanço, a média móvel de mortes nos últimos sete dias chegou a 2.349, alta de 43% na comparação com a media de duas semanas atrás. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e foram divulgados na noite desta terça-feira (23) pelo consórcio de veículos de imprensa.

Há 62 dias a média móvel de mortes está de 1 mil, pelo décimo sexto dia acima de 1,5 mil e o há duas semanas esse macabro índice está acima de 2 mil mortos por dia.

Em relação a casos confirmados, o País registrou nas últimas 24 horas 84.996 novos diagnósticos, sendo que desde o começo da pandemia 12.136.615 brasileiros já contraíram o novo coronavírus. A média móvel de casos nos últimos sete dias foi de 75.288 novos diagnósticos por dia (sexto recorde seguido), alta de 9% em relação ao índice de 14 dias atrás.

O estado de São Paulo também registrou recorde de mortes nesta terça-feira. Em 24 horas, foram 1.021 óbitos notificados, correspondente a três mortes a cada quatro minutos. Esse cenário mostra a incompetência e a irresponsabilidade do governo de Jair Bolsonaro no combate à pandemia, que continua sendo tratada à sombra do negacionismo criminoso do presidente da República.

Os números reais de casos e de óbitos pela doença são muito maiores, principalmente por causa da baixa testagem em larga escala e da subnotificação, como tem afirmado o UCHO.INFO desde o primeiro registro da presença do novo coronavírus em território brasileiro. Autoridades de saúde reconhecem que o cenário provocado pelo novo coronavírus no Brasil é muito mais grave e preocupante. Pelos nossos cálculos, com base em informações de especialistas em epidemiologia, o número de mortes por Covid-19 no Brasil é pelo menos 50% maior.

 
De acordo com o Ministério da Saúde, 10.507.995 pacientes haviam se recuperado da Covid-19 até a noite de segunda-feira (22). O Conass não divulga número de recuperados.

No tocante à imunização, até o momento 12.793.737 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra Covid-19, o que representa 6,04% da população brasileira. Receberam a segunda dose da vacina 4.334.905 pessoas, o que corresponde a 2,05% da população. Esse último índice (2,05%) é o que deve ser considerado, já que as vacinas disponíveis exigem dose de reforço para garantir imunização contra o novo coronavírus. Não custa lembrar que para minimizar a circulação do SARS-CoV-2 o Brasil precisa vacinar 75% da população, algo que dificilmente acontecerá até o final do ano.

Com base nos dados do Conass, 20 unidades da federação apresentam alta no número de mortes por Covid-19: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Cinco estados brasileiros apresentam estabilidade no número de óbitos: Acre, Pará, Rondônia, Ceará e Maranhão. Dois estados registram queda: Amazonas e Roraima.

A taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes subiu para 142,1 no Brasil, a 18ª mais alta do planeta, desconsiderados países classificados com pequenos – Andorra, Liechtenstein e San Marino. Em números absolutos, o Brasil é o segundo país com maior número infecções e mortes, atrás apenas dos Estados Unidos, que somam mais de 29,9 milhões de casos e mais de 543 mil óbitos.

Ao todo, desde o começo da pandemia, mais de 123,9 milhões de pessoas já contraíram oficialmente o novo coronavírus ao redor do planeta, sendo que 2,7 milhões de pacientes morreram em decorrência de complicações da Covid-19.


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