Bolsonaro abandona discurso moderado sobre a pandemia e retoma ataques a governadores e prefeitos

 
Na última terça-feira (23), quando o UCHO.INFO classificou como esquizofrênico o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro à nação, ocasião em que mentiu de maneira deslavada ao discorrer sobre as ações do governo para combater a Covid-19 e o fracassado plano de vacinação, muitos apoiadores do “falso mito” disparam ataques contra este portal, como se intimidação nos levasse a desistir do compromisso com o bom jornalismo.

De igual modo, a criação de um comitê de crise para definir as estratégias de enfrentamento da pandemia soou falsa, como agora fica comprovado. Nesta quinta-feira (25), durante cerimônia em que anunciou apoio às Santas Casas e hospitais filantrópicos, Bolsonaro retomou a artilharia verborrágica na direção de governadores e prefeitos por causa das medidas adotadas para conter o preocupante avanço da Covid-19 no País.

“É o governo mostrando sua sensibilidade, sabendo que o desemprego, o fechamento de empresas parte diretamente de quem pratica o lockdown”, disse o presidente.

Ao falar sobre o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), Bolsonaro voltou a criticar medidas restritivas adotadas por governos estaduais e municipais, como se a circulação do novo coronavírus e suas mutações não merecessem a devida atenção das autoridades.

 
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“Também o nosso Pronampe, que foi idealizado lá atrás pelo senador Jorginho Mello, de Santa Catarina, que vai atender, entre outras categorias, o pessoal de bares e restaurantes, que tem sofrido muito com decretos estaduais e municipais que tem fechado este comércio”, afirmou o presidente.

No evento palaciano, Bolsonaro afirmou que 2020 foi um ano extremamente difícil para todos, mas que “na dificuldade que um governo mostra sua força”. Bom seria se o presidente explicasse que tipo de força é essa a que se refere, pois o que se viu até o momento foi um pífio espetáculo marcado por negacionismo torpe e irresponsabilidade genocida.

Além de mencionar as medidas econômicas adotadas pelo governo em 2020, Bolsonaro destacou que em abril começará o pagamento da nova rodada do auxílio emergencial.

O governo tinha conhecimento do piora da pandemia, mas, mesmo assim, decidiu interromper o pagamento do benefício no final de dezembro, o que deixou milhões de brasileiros à beira da miséria. A retomada do pagamento do auxílio emergencial quatro meses depois é uma clara demonstração da insensibilidade da cúpula do governo.

Esse comportamento ciclotímico em relação à pandemia mostra que Jair Bolsonaro está derrotado politicamente e cada vez mais dependente do Centrão para permanecer no cargo. Tomando por base que o Centrão não é vocacionado a benemerências políticas, aos brasileiros de bem resta cobrar o impeachment do presidente da República.

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