Discreto e avesso ao excesso de exposição, o embaixador Carlos Alberto Franco França, 56 anos, foi confirmado nesta segunda-feira (29) para substituir o demissionário Ernesto Araújo no comando do Itamaraty.
França chefiou o cerimonial do Palácio do Planalto, ocasião em que conquistou a confiança do presidente Jair Bolsonaro, o que lhe rendeu nomeação para a chefia da assessoria especial da Presidência.
A área do cerimonial é estratégica na diplomacia, uma vez que organiza os diversos eventos com autoridades internacionais, mas Carlos Alberto França nunca chefiou missão diplomática no exterior. Ele ocupou postos nas embaixadas brasileiras nos Estados Unidos, na Bolívia e no Paraguai.
França é descrito por colegas de Itamaraty como um profissional ponderado e tranquilo, mas destacam que o novo chanceler não é conhecido por formular política externa e com carreira pouco expressiva na instituição.
Se por um lado o perfil de Carlos Alberto França é classificado como discreto e sua trajetória na diplomacia brasileira pouco expressiva, por outro um dos concorrentes ao cargo, que acabou preterido, Luís Fernando Serra, embaixador do Brasil em Paris, é tão radical ou pior do que Araújo. Serra é crítico dos direitos humanos e próximo da família Bolsonaro.
Outra cotada que acabou de fora é a embaixadora Maria Nazareth Farani de Azevêdo, atual cônsul-geral em Nova York. Casada com o ex-diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, Maria Nazareth foi embaixadora do Brasil na ONU, em Genebra.
O nome de Maria Nazareth veio à baila por conta do bate-boca que travou com ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL) durante sessão da ONU na cidade suíça. No contraponto, passou a receber críticas da milícia bolsonarista por ter ocupado a chefia de gabinete do ex-chanceler Celso Amorim.
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