Comandantes das Forças Armadas pedem demissão em protesto contra o totalitarista Jair Bolsonaro

 
Como informou o UCHO.INFO em matéria publicada nas primeiras horas desta terça-feira (30), os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica pediram demissão em protesto contra o presidente Jair Bolsonaro, que no dia anterior demitiu o ministro da Defesa, general da reserva Fernando Azevedo e Silva.

Azevedo e Silva, após entrega do pedido de demissão a Bolsonaro, divulgou nota que em dado trecho deixa nas entrelinhas que sua saída está relacionada À decisão de não aceitar o alinhamento das Forças Armadas com o governo e o bolsonarismo. “Preservei as Forças Armadas como instituições de Estado”, escreveu o agora ex-ministro.

Nesta terça-feira, em tensa reunião com o novo ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Netto, e o antecessor, os três comandantes deixaram claro que que não dariam um passo sequer que contrarie a Constituição ou caracterizar ingerência nos outros Poderes – Judiciário e Legislativo.

 
Matéria relacionada
. Comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica reúnem-se e decidem por renúncia coletiva

Que Jair Bolsonaro busca nas Forças Armadas apoio para avançar com seu projeto totalitarista todos sabem, mas é preciso que na esteira da decisão dos três comandantes – general Edson Pujol (Exército), almirante Ilques Barbosa (Marinha) e brigadeiro Moretti Bermudez – os brasileiros de bem reajam a essa manobra espúria do presidente da República, que insiste em levar o País na direção do retrocesso e do obscurantismo.

Mesmo com o esforço dos militares palacianos para tentar minimizar a saída dos comandantes, a crise é inegável e produzirá efeitos colaterais imprevisíveis. Depois da demissão de Azevedo e Silva, a pressão exercida nos bastidores para a saída do general Edson Pujol não foi bem digerida pelo Alto-Comando do Exército. Com isso cresce a possibilidade de o plano de Bolsonaro ir pelos ares.

A desastrada manobra de Bolsonaro foi uma resposta à sua tentativa frustrada de obter da Forças Armadas, por meio de Azevedo e Silva, apoio a um movimento golpista e à decretação de estado de defesa, que, dependendo de aval do Congresso, daria ao presidente plenos poderes, impedindo a adoção de “lockdown” nos estados e municípios para conter o avanço da Covid-19, que até o momento matou mais de 310 mil pessoas.

Resta saber se o general Braga Netto colocará a sua trajetória como militar a serviço de um tresloucado que diuturnamente flerta com o autoritarismo e atenta contra a democracia e o Estado de Direito.

Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.