Bolsonaro quebra promessa feita na Cúpula do Clima e reduz verba para o meio ambiente

 
Um dia após anunciar a duplicação dos recursos para a fiscalização ambiental, promessa feita durante a Cúpula dos Líderes sobre o Clima, o presidente Jair Bolsonaro cortou, na sexta-feira (23), verbas que seriam destinadas a projetos de conservação do meio ambiente, controle de incêndios florestais e outras medidas focadas nas mudanças climáticas.

Como noticiado pelo UCHO.INFO em matéria anterior, o presidente da República sancionou o Orçamento de 2021, em que consta corte de aproximadamente de R$ 240 milhões nos recursos do Ministério do Meio Ambiente, comandado por Ricardo Salles, que trata com impressionante descaso o combate aos crimes ambientais e a necessidade de preservação das florestas.

Pessoas próximas a Bolsonaro calculavam que, após a cúpula convocada e liderada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o aumento dos recursos para a fiscalização ambiental seria de cerca de R$ 115 milhões.

Contudo, o esperado aumento sequer foi incluído no Orçamento. Para que isso ainda possa ocorrer, será necessário promover cortes em outros setores do governo, mas não há sinais de que esta seja a intenção do Palácio do Planalto.

 
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Durante a cúpula, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles havia confirmado a intenção de Bolsonaro de aumentar o valor dos recursos voltados à proteção do meio ambiente. “O que houver de disponibilidade o presidente vai dobrar”, afirmou.

“É importante porque dá sustentação ao pagamento às equipes da Força Nacional e porque se somam ao que já têm de equipes e logística de Ibama, ICMBio e Polícia Federal”, garantiu o ministro, evitando mencionar um valor específico.

Melhoria ambiental urbana perde mais de R$ 200 milhões

Os cortes devem resultar em perdas de R$ 5,2 milhões em projetos voltados para o combate à desertificação e pesquisas sobre as mudanças climáticas. No setor de prevenção e controle de incêndios florestais nas áreas consideradas prioritárias, as perdas devem ser de R$ 6 milhões.

O fomento a projetos de desenvolvimento sustentável deixará de receber R$ 3 milhões, enquanto os recursos de financiamento às unidades de conservação federais diminuíram em R$ 1 milhão.

O setor mais atingido foi o de planejamento e ações para a melhoria da qualidade ambiental em centros urbanos, que sofreu corte de mais de R$ 200 milhões.

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