Morre em São Paulo, vítima de Covid-19, Levy Fidelix, fundador do PRTB e conhecido pelo “aerotrem”

 
Fundador e presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Levy Fidelix morreu na noite de sexta-feira (23), aos 69 anos, em hospital da cidade de São Paulo. Ele deixa a esposa, Aldineia Rodrigues Cruz, e três filhos.

A informação foi confirmada pela direção da legenda, que publicou comunicado nas redes sociais do político. A causa da morte não foi divulgada inicialmente, mas pessoas próximas a Fidelix afirmaram que a morte ocorreu decorrência de complicações da Covid-19, informação confirmada posteriormente.

“É com profunda dor e pesar que o PRTB, por sua diretoria, comunica o falecimento do nosso Líder, Fundador e Presidente Nacional Levy Fidelix, ocorrida nesta data na cidade de São Paulo”, escreveu o partido.

O presidente Jair Bolsonaro prestou homenagem a Fidelix por meio de seu perfil no Facebook. “A morte é sempre um momento difícil para todos. Que as boas lembranças de Levy Fidelix permaneçam presente entre nós”, destaca a mensagem do presidente da República.

O vice-presidente Hamilton Mourão, filiado ao PRTB, também homenageou o político, a quem chamou de “amigo”. “O movimento conservador brasileiro perde um dos seus principais representantes”, escreve na mensagem.

Trajetória política

Conhecido popularmente como o “candidato do aerotrem”, Levy Fidelix iniciou carreira política em 1986, quando fundou o PL (Partido Liberal) e disputou as eleições para deputado federal por São Paulo.

Com mais de três décadas na política, Fidelix jamais foi eleito, mesmo tendo participado de 14 eleições. Ele teve votação minúscula em 1986, quando concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados, assim como em 1989, quando mudou-se para o PTR (Partido Trabalhista Renovador) e foi candidato a deputado federal.

 
Fundou o PRTB 1994, ano em que se candidatou à Presidência da República, mas teve o registro da candidatura barrado pela Justiça Eleitoral. Em seguida, em 1996, candidatou-se à Prefeitura da capital paulista.

Em 1998 e 2002, disputou o governo de São Paulo, mas em ambas as eleições teve menos de 1% dos votos válidos. Situação idêntica aconteceu em 2004, quando concorreu à Câmara Municipal de São Paulo, e em 2006, quando novamente tentou um mandato de deputado federal.

Foi também candidato nas eleições presidenciais de 2010 e 2014. Na corrida presidencial de 2014, Fidelix obteve 0,43% dos votos válidos (440 mil votos) e protagonizou momentos polêmicos nos debates entre candidatos, com direito a declarações homofóbicas.

Em 2017, a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo manteve a condenação de Fidelix, multado em R$ 25.070,00 por “prática de discriminação homofóbica”.

A denúncia de discriminação homofóbica foi apresentada pela Coordenação de Política para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo. Durante o debate de 2014, a candidata Luciana Genro (PSOL) perguntou a Fidelix sobre suas propostas para a defesa dos direitos da chamada comunidade LGBT. Na resposta, o então presidenciável do PRTB associou a homossexualidade à pedofilia e a doenças mentais, conclamando a maioria para o “enfrentamento” da minoria sexual.

“Aparelho excretor não reproduz”, disse Fidelix. “Como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui escorado porque tem medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto. Vamos acabar com essa historinha. Eu vi agora o santo padre, o papa, expurgar – fez muito bem – do Vaticano um pedófilo”, respondeu o político.

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