Marcelo Queiroga faz apelo internacional para que países liberem vacinas excedentes ao Brasil

 
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um apelo nesta sexta-feira (30) para que governos de outros países que tenham doses extras de vacinas liberem os imunizantes para acelerar a campanha de vacinação no Brasil. A declaração foi feita durante conferência de imprensa com a participação da cúpula da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Reiteramos nosso apelo àqueles que possuem doses extras de vacinas para que possam compartilhá-las com o Brasil o quanto antes possível, de modo a nos permitir lograr avanços em nossa ampla campanha de vacinação, para conter a fase crítica da pandemia e evitar a proliferação de novas linhagens e variantes do vírus”, disse o ministro.

Apesar do apelo, Queiroga garantiu que toda a população brasileira estará totalmente imunizada contra a Covid-19 até o final do ano.

“Já temos doses suficientes para os próximos meses e é possível garantir que até o final de 2021 teremos toda a população totalmente vacinada”, afirmou, ao ser questionado por jornalistas sobre o ritmo lento da vacinação no País devido à escassez de imunizantes.

Até quinta-feira, o Brasil havia aplicado a primeira dose de imunizantes contra a Covid-19 em 13,5% da população, enquanto 6,2% receberam as duas, segundo dados da plataforma “Our World in Data”, da Universidade de Oxford.

Queiroga que que o governo está na iminência de fechar um novo contrato para mais 100 milhões de doses da vacina da Pfizer-BioNTech. Em março, o país fechou um primeiro acordo com as empresas para receber 100 milhões de doses – o primeiro lote, com um milhão de doses, chegou ao Brasil nesta quinta-feira.

Ao fazer um balanço das ações do governo brasileiro durante a pandemia, Marcelo Queiroga ressaltou que o Brasil tem capacidade para vacinar 2,4 milhões de pessoas por dia, mas que a ampliação da vacinação tem esbarrado na falta de vacinas.

O ministro disse que, desde que assumiu a gestão da saúde, buscou orientar a população brasileira “de forma clara” sobre medidas de prevenção cientificamente comprovadas, como uso de máscara, lavagem de mãos e distanciamento social.

 
Ampliação da vacinação esbarra na falta de vacinas

Queiroga também lamentou algumas informações recebidas pela população que acabam questionando a eficácia ou segurança de certas vacinas, o que desestimula algumas pessoas a se imunizarem.

No entanto, as declarações de Queiroga contrastam com as atitudes do presidente Jair Bolsonaro, que frequentemente provoca aglomerações, visitando o comércio e interagindo com pessoas sem máscara. Além disso, em diversas ocasiões o presidente questionou as vacinas e, até agora, não recebeu uma dose sequer do imunizante contra a Covid-19, diferentemente de outros líderes globais, que fizeram questão de se imunizar, inclusive diante das câmeras, para incentivar a população.

Na terça-feira, sem saber que estava sendo gravado, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou que tomou “escondido” a vacina contra a Covid-19 e que tenta convencer Bolsonaro a se vacinar.

Em outubro, Bolsonaro desautorizou publicamente a aquisição da Coronavac, vacina produzida pela empresa chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. Em novembro, o presidente chegou a comemorar a suspensão dos testes clínicos da Coronavac no Brasil “Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar todos os paulistanos a tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu, referindo-se a seu desafeto João Doria, governador de São Paulo.

Antes, em junho, o governo federal recusou a oferta de 70 milhões de doses da Pfizer, que seriam entregues até dezembro. No final do ano passado, Bolsonaro chegou a reclamar publicamente da farmacêutica ao afirmar que não havia garantia de que a vacina não transformaria quem a tomasse em “um jacaré”.

Queiroga ainda aproveitou a coletiva da OMS para falar sobre a vacinação da população indígena no país. Ele ressaltou que, considerando a vulnerabilidade desses povos a doenças respiratórias, eles foram priorizados no programa de imunização. “Já foram distribuídas doses suficientes para todos os indígenas com mais de 18 anos em territórios indígenas”, disse. (Com agências de notícias)

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