Israel e Hamas chegam a acordo de cessar-fogo, mas origem dos conflitos na região continua sendo ignorada

 
Um acordo de cessar-fogo “mútuo e simultâneo” foi firmado entre Israel e o Hamas nesta quinta-feira (20), com mediação do Egito. O acordo entrará em vigor às 20 horas de Brasília (2 horas de sexta-feira no horário local). Os ataques de parte a parte ganharam força no último dia 10 e deixaram pelo menos 244 mortos, sendo 232 na Faixa de Gaza e 12 em Israel.

Diante da pressão internacional, um acordo de cessar-fogo vinha sendo tentado nos últimos dias, apesar de o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ter afirmado que seguiria até o fim na investida contra o Hamas para garantir “calma e segurança” aos israelenses.

Como afirmou o UCHO.INFO em matéria anterior, a escalada de violência na região serviria para que Netanyahu e o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, tirarem proveito político da situação. O premiê israelense enfrenta dificuldades para formar um novo governo, enquanto Haniyeh continua com o propósito de enfraquecer politicamente o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Após vários diálogos com Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que enquanto senador sempre foi a favor de Israel, conversou nesta quinta-feira o homólogo egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, o que teria ajudado na conclusão do acordo. Al-Sisi, enviou duas delegações de segurança aos territórios israelense e palestino para trabalhar em busca da suspensão do conflito.

A França havia divulgado, horas antes, resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) ampliando a pressão sobre os EUA para que o país exigisse um cessar-fogo e divulgou declaração conjunta com o Egito e a Jordânia que “exortava as partes a concordarem imediatamente com um cessar-fogo”.

 
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Além disso, segundo a rede de TV Al Jazeera, o enviado da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, reuniu-se com o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, no Qatar.

Na quarta-feira (19), um integrante do alto escalão do Hamas informou que “dentro de um ou dois dias” Israel e os militantes de Gaza chegariam a um acordo de cessar-fogo. “Acredito que os esforços contínuos em relação ao cessar-fogo terão sucesso”, afirmou Moussa Abu Marzouk, do Hamas, durante uma entrevista à TV al-Mayadeen, do Líbano.

Apesar de todos os esforços para interromper os mútuos ataques na região, o governo israelense deixou claro em comunicado (abaixo) que o acordo pode ser temporário. A exemplo do que destacamos em matéria anterior, não haverá paz na região enquanto líderes internacionais fecharem os olhos para os verdadeiros motivos do conflito.

Confira o comunicado emitido pelo governo de Israel:

“O Gabinete de Segurança se reuniu esta noite. O Gabinete de Segurança Política aceitou unanimemente a recomendação de todos os agentes de segurança, o chefe do estado-maior, o chefe do Shin Bet (agência de segurança interna), o chefe do Mossad (inteligência estrangeira) e o chefe do Conselho de Segurança Nacional, para aceitar a iniciativa egípcia de um cessar-fogo incondicional bilateral, que entrará em vigor em uma data posterior.

O chefe do Estado-Maior, o setor militar e o chefe do GSS revisaram perante os ministros as grandes conquistas de Israel na campanha, algumas das quais sem precedentes.

A ala política enfatiza que a realidade concreta determinará a continuação da campanha”.

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