Para garantir novas manifestações em causa própria, Bolsonaro decide isentar motociclistas de pedágio

 
Negacionista de primeira hora em relação à pandemia e sempre flertando com o autoritarismo e o retrocesso, o presidente Jair Bolsonaro está ciente de que seu projeto de reeleição está ameaçado e desidrata dia após dia. Para compensar esse prejuízo politico que só cresce, Bolsonaro aposta suas fichas na radicalização, o que consegue mobilizar a horda de apoiadores que irresponsavelmente defende intervenção militar e fechamento do Supremo Tribunal federal (STF).

Como se sua popularidade estivesse em alta, Bolsonaro promoveu no domingo (23), no Rio de Janeiro, uma manifestação em causa própria e travestida de passeio de motocicleta, dando a entender que a maioria da população está ao seu lado, o que não é verdade.

No percurso de 40 quilômetros, entre o Parque Olímpico, na Zona Oeste carioca, ao Aterro do Flamengo, o presidente foi acompanhado por motociclistas e apoiadores que se alinharam ao longo do trajeto, mas panelaços em vários pontos da cidade do Rio de Janeiro, algo esperado.

Disposto a repetir a manifestação em outras cidades do País, o presidente da República decidiu mexer no bolso do brasileiro para fazer um agrado aos motociclistas e garantir apoio em outras manifestações. Bolsonaro anunciou isenção de pedágio para motocicletas, decisão que aumentará o valor da tarifa cobra de carros e caminhões.

 
A mais nova investida populista de Bolsonaro não valerá em todas as rodovias federais, mas apenas nas que atualmente são objeto de processo de licitação. O anuncio foi mal recebido pela equipe técnica do governo e a medida deverá valer para novas concessões de rodovias, como Dutra (São Paulo – Rio de Janeiro), BR-381/262 (Minas Gerais – Espírito Santo) e BR-116/496 (Rio de Janeiro – Minas Gerais), além de rodovias no Paraná que constam do projeto de concessões do governo federal.

No momento em que a crise econômica impacta a vida de todos os brasileiros, a medida anunciada por Bolsonaro é um deboche com a população, que na ponta arcará com essa decisão absurda e populista.

Além disso, os passeios de moto de Bolsonaro representam um desrespeito aos mais de 450 mil brasileiros que sucumbiram à Covid-19 e às famílias que ainda choram a perda de seus entes queridos, não sem antes servir para jogar uma cortina de fumaça sobre o genocídio decorrente da inépcia do governo e do negacionismo criminoso do presidente da República

Mesmo com as limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus, que impedem os cidadãos de bem de protestarem nas ruas de todo o País contra o governo, é preciso reagir ao neofascista e aprendiz de tiranete que diariamente ataca a democracia e as instituições. Passou da hora de exigir de alguma maneira o fim do hospício em que se transformou o governo Bolsonaro.

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