Pandemia do novo coronavírus faz 10 mil voluntários abandonarem Olimpíada de Tóquio

 
Cerca de 10 mil voluntários que deveriam trabalhar nas próximas Olimpíada e Paraolimpíada de Tóquio desistiram de atuar nos eventos, agendados para começar em julho. A notícia foi confirmada nesta quarta-feira (2) pelos organizadores japoneses.

“Não há dúvida de que um dos motivos é a preocupação com as infecções por coronavírus”, reconheceu o presidente-executivo do comitê organizador, Toshiro Muto. As primeiras notícias sobre o assunto haviam sido divulgadas pela emissora pública japonesa NHK.

Os organizadores da Olimpíada de Tóquio e o Comitê Olímpico Internacional (COI) se comprometeram a organizar os Jogos Olímpicos de forma segura, através de um rigoroso protocolo de higiene. Mas, apesar de todas as garantias, persistem dúvidas e preocupações.

Os voluntários, que constituem o maior grupo de participantes, não sabem sequer se serão testados, quanto mais vacinados contra o coronavírus, segundo Barbara Holthus, vice-diretora do Instituto Alemão de Estudos Japoneses, em Tóquio. Ela se inscreveu como voluntária para a Olimpíada. “Temos zero informação sobre isso”, reclama.

Outro motivo apontado pelos organizadores para a desistência de muitos voluntários é o adiamento do evento em um ano, agora definido para começar em 23 de julho.

 
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Baixas começaram em fevereiro

A redução do número de voluntários começou em fevereiro, quando cerca de mil deles desistiram, em protesto contra comentários sexistas feitos pela ex-presidente do comitê organizador Yoshiro Mori, que renunciou após o escândalo.

As cerca de 10 mil desistências contabilizadas até agora são parte dos 80 mil voluntários recrutados antes do adiamento do evento. Mas os organizadores não esperam ter problemas pois, devido à ausência de público estrangeiro, será necessário um número menor de assistentes.

Maioria não quer Jogos agora

A maioria dos japoneses quer que os Jogos Olímpicos sejam adiados novamente ou cancelados em meio ao aumento de casos de coronavírus e uma lenta campanha de vacinação. O estado de emergência em Tóquio foi prorrogado até o 20 de junho, um mês antes de as competições começarem.

“Não é normal sediar os Jogos na situação atual”, afirmou nesta quarta-feira o principal assessor do governo para o coronavírus, Shigeru Omi, diante de uma comissão parlamentar. O especialista, que já fez diversos apelos para que o governo reconsidere os planos sobre as competições olímpicas, ponderou que se a Olimpíada tiver que ser realizada durante uma pandemia, “é responsabilidade dos organizadores reduzi-la tanto quanto possível e fortalecer o sistema de controle”. 9Com agências internacionais)

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