Mais de 2 milhões de ingleses tiveram “Covid-19 longa”, revela estudo

 
Mais de 2 milhões de pessoas na Inglaterra sofreram efeitos da chamada “Covid-19 longa”, revelou nesta quinta-feira (24) um dos maiores estudos de monitoramento da pandemia do novo coronavírus, financiado pelo governo do Reino Unido.

A pesquisa React-2, liderada pelo Imperial College de Londres, descobriu que 37,7% dos ingleses que relataram ter tido Covid-19 sintomática apresentaram pelo menos um sintoma com duração de 12 semanas ou mais – o equivalente a 2 milhões de pacientes. Enquanto isso, 14,8% relataram três ou mais sintomas que duraram o mesmo período.

“Nossas descobertas pintam um quadro preocupante das consequências de saúde de longo prazo da Covid-19, que precisam ser contabilizadas na política e no planejamento”, afirmou Paul Elliott, diretor do programa React no Imperial College.

O estudo usou como base informações fornecidas por 508.707 adultos, que foram questionados sobre a presença e duração de 29 sintomas entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021.

Os sintomas variam de cansaço e dores musculares a dificuldade de respiração e dor no peito. Os autores alertam, contudo, que o estudo pode superestimar a prevalência da Covid-19 longa uma vez que tais sintomas são comuns e nem sempre estão relacionados à doença causada pelo coronavírus.

 
Os resultados da pesquisa mostraram que idosos são mais propensos a sofrer os efeitos da Covid-19 longa, com um aumento de 3,5% na probabilidade a cada década de vida.

Houve também maior prevalência de sintomas duradouros entre mulheres, fumantes, obesos, pessoas que vivem em áreas carentes e pacientes que foram internados em hospitais. Por outro lado, foram menos comuns entre pessoas de etnia asiática.

Estudo anterior

Em maio, o Instituto Nacional de Estatísticas Britânico (ONS, na sigla em inglês) estimou que 1 milhão de pessoas no Reino Unido tenham sofrido os efeitos da Covid-19 longa. Uma diferença fundamental é que o React-2 não perguntou aos entrevistados se eles tinham a doença há muito tempo, mas os questionou sobre sintomas persistentes.

“Muitas pessoas podem não achar que têm Covid-19 longa, só uma leve e persistente falta de ar, ou que a perda de paladar persiste por muitos e muitos meses”, explicou Helen Ward, professora de saúde pública do Imperial College, que participou do estudo.

Além disso, a pesquisa do ONS estimou o número de pessoas que tiveram sintomas duradouros de Covid-19 em uma data específica, 2 de maio, enquanto o estudo do React-2 foi mais abrangente, com dados de setembro de 2020 a fevereiro de 2021.

“A Covid-19 longa pode ter um impacto duradouro e debilitante sobre as vidas das pessoas afetadas”, disse o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock. “Estudos como este nos ajudam a construir rapidamente nosso entendimento do impacto da condição, e estamos usando essas descobertas e outras novas pesquisas para desenvolver apoio e tratamentos.” (Com agências internacionais)

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