Bolsonaro destila homofobia ao dizer que Eduardo Leite “está se achando o máximo” por se declarar gay

 
Adepto do discurso rasteiro, o presidente Jair Bolsonaro desespera-se cada vez mais diante do esfarelamento de seu projeto de reeleição. Por isso ataca as instituições e os adversários políticos quase que diariamente.

A mais nova investida foi contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que no programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, assumiu publicamente ser homossexual. A declaração aconteceu após ataques covardes contra Leite por parte das milícias digitais que apoiam o presidente da República e defendem o conservadorismo tosco.

Nesta sexta-feira (2), horas depois da exibição do programa, que foi ao ar na madrugada, Bolsonaro disse que Leite, pré-candidato à Presidência em 2022, busca um “cartão de visita” e está “se achando o máximo”.

“O cara ontem está achando que é o máximo, se achando o máximo. ‘Olha’, bateu no peito, ‘eu assumi’. É o cartão de visita para a candidatura dele”, afirmou Bolsonaro.

 
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“Ninguém tem nada contra a vida particular de ninguém, agora, querer impor seu costume, seu comportamento para os outros, não”, emendou Bolsonaro durante contato com apoiadores que todos os dias se aglomeram à saída do Palácio da Alvorada.

Que Bolsonaro é homofóbico, misógino, racista e xenófobo todo brasileiro coerente sabe, mas afirmar que Eduardo Leite tenta “impor seu costume” é no mínimo delinquência intelectual. Ademais, se há no País alguém que tenta impor os próprios costumes, esse certamente é o presidente. Ser gay não é costume, mas orientação sexual, algo que o presidente da República não compreende por conta de sua devastadora ignorância.

Como cidadão, Bolsonaro tem garantido o direito à livre manifestação do pensamento, sendo responsável pelo que diz, mas alegar que não é homofóbico aponta na direção de um quadro de mitomania irreversível. Na condição de chefe de um dos Poderes constituídos, o presidente não pode incentivar a cultura da discriminação e da intolerância.

Em 2011, quando exercia mandato de deputado federal pelo Rio de Janeiro, Bolsonaro deixou claro sua essência homofóbica. “Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui. Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí”, disse o então parlamentar.

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