CPI da Covid: Defesa rebate declaração de Omar Aziz; ex-diretor do Ministério da Saúde acusa militares

 
Os militares têm o direito de reagir à declaração do presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (DEM-AM), que disse que há “muitos anos” o Brasil não via “membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua”, mas não se pode ignorar a realidade dos fatos.

“Você foi sargento da Aeronáutica? Conhece o coronel Guerra? Olha, eu vou dizer uma coisa, as Forças Armadas… os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo, fazia muitos anos”, declarou Aziz,

Em nota, o Ministério da Defesa classificou a fala de Aziz como leviana. “Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável. A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos”, destaca a nota, assinada por Walter Braga Netto (ministro da Defesa); Almir Garnier Santos (comandante da Marinha); Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (comandante do Exército); e Carlos de Almeida Baptista Junior (comandante da Força Aérea).

 
Após a reação da Defesa, o senador amazonense afirmou que sua fala foi “pontual”. “Minha fala hoje foi pontual, não foi generalizada. E vou reafirmar o que eu disse lá na CPI. Pode fazer 50 notas contra mim, só não me intimida. Porque, quando estão me intimidando, vossa excelência não falou isso, estão intimidando esta Casa. Vossa Excelência não se referiu à intimidação que foi feita”, disse Aziz ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Durante sessão do Senado, o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que “não é de bom tom esse caminho que alguns querem levar” e que não quer “acreditar em nenhuma vã tentativa de tentar politizar as Forças Armadas”.

“Não quero acreditar que esteja em curso qualquer ameaça a um membro deste poder, presidente de uma CPI. Reitero minha confiança nas Forças Armadas, minha, como líder da oposição, de que as Forças Armadas são leais à democracia, à Constituição e assim devem se comportar. Se for diferente, é um caminho muito ruim para a democracia”, disse Randolfe.

É importante salientar que antes de receber voz de prisão na CPI da Covid, nesta quarta-feira (7), Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, acusou militares de envolvimento nas polêmicas negociações para a aquisição de vacinas contra o novo coronavírus. Dias atribuiu responsabilidade pelos escândalos a outros setores da pasta, em especial aos comandados por militares nomeados pelo então ministro Eduardo Pazuello.

O ex-diretor declarou que as negociações para a compra de vacina eram de atribuição do coronel da reserva Élcio Franco, ex-secretário-executivo do ministério. Dias afirmou que a proposta envolvendo a Covaxin foi “anuída” por Franco, atualmente assessor especial da Casa Civil.

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