Ministro da Defesa nega, mas ameaça à democracia revelada pelo Estadão é verdadeira e preocupante

 
Em 2018, durante a campanha presidencial, o UCHO.INFO afirmou por diversas vezes que o então candidato Jair Bolsonaro, se eleito, em algum momento daria um “cavalo de pau” na democracia. E até hoje mantemos tal afirmação, apesar de todos os ataques covardes que temos sofrido desde então.

Ao escolher os integrantes do governo, Bolsonaro optou por alguns poucos nomes técnicos, dividindo a maior parte da equipe entre aliados políticos e militares de sua confiança. O Palácio do Planalto acabou transformado em uma espécie de “forte apache”, onde militares que flertam com o totalitarismo, mas dizem-se democratas, endossam os desvarios autoritários do presidente da República.

Em mais de trinta meses de governo, Bolsonaro ameaçou a democracia e o Estado de Direito por diversas vezes, sem que a população tivesse reagido à altura de uma escalada autoritária que parece não ter fim, apesar de alguns pontuais recuos discursivos, os quais dão lugar ao embusteiro “Jairzinho paz e amor”.

A mais nova investida contra a democracia foi revelada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” nesta quinta-feira (22), em matéria que mostra o ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Netto, na proa de um movimento autoritário que remete aos anos de chumbo.

 
De acordo com o jornal, Braga Netto teria feito chegar ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), por meio de interlocutor, a informação de que sem voto impresso e auditável as eleições do próximo ano não acontecerão.

Em seguida, Bolsonaro começou a fazer eco à ameaça de Braga Netto, principalmente nas conversas com os descontrolados apoiadores que se aglomeram todos os dias no cercadinho do Palácio da Alvorada. Em fala ciclotímica, mas ensaiada, Bolsonaro sugeriu que sem eleições limpas pode desistir de tentar a reeleição, o que não é verdade.

Após receber o “recado”, Lira disse a políticos próximos que via aquele momento com extrema preocupação, pois a situação era “gravíssima”, como ainda é. E não enxerga esse iminente perigo quem prefere a chamada “coisa pronta”, a despeito de ter de lidar com as questões relacionadas à democracia.

Diante da possibilidade de o Congresso rejeitar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o voto impresso, Bolsonaro elevou o tom das declarações golpistas, ao mesmo tempo em que ressuscitou a teoria conspiratória das fraudes nas duas eleições presidenciais, sem até o momento ter apresentado uma prova sequer.

Lira e Braga Netto negam o conteúdo da reportagem do Estadão, alegando tratar-se de invenção dos jornalistas, mas é preciso que o brasileiro de bem redobre a atenção diante do recrudescimento da radicalização por parte de Bolsonaro, que nos bastidores conta com o apoio dos comandantes das três forças militares.

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