Morre, aos 91 anos, o filósofo José Arthur Giannotti, um dos maiores pensadores do País

 
Morreu nesta terça-feira (27), aos 91 anos, o professor José Arthur Giannotti, um dos maiores nomes da filosofia brasileira. Natural de São Carlos, no interior paulista, Giannotti era professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e cofundador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), entidade de estudos sociais e de formulação de políticas criada em 1969 e que reunia opositores da ditadura militar.

Professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), Giannotti era um dos maiores nomes da filosofia brasileira e se dedicou ao estudo de autores como Karl Marx, Martin Heidegger e Ludwig Wittgenstein.

Logo após se mudar com a família para a cidade de São Paulo, o filósofo ingressou na USP por influência do escritor Oswald de Andrade e de Antônio Cândido, à época professor de filosofia. As primeiras aulas aconteceram no histórico prédio da USP localizado na Rua Maria Antônia, no centro da capital paulista, palco de resistência dos opositores do regime militar. Dedicou-se ao estudo ao estudo de autores como Karl Marx, Martin Heidegger e Ludwig Wittgenstein.

No início da década de 60, Giannotti criou o grupo “Seminários Marx”, que reuniu, em distintos períodos, renomados historiadores, economistas, cientistas sociais, críticos literários e filósofos, entre eles Fernando Henrique Cardoso, Paul Singer, Ruth Cardoso e Roberto Schwarz.

 
Muito próximo do ex-presidente FHC, o filósofo foi uma “bússola” teórica para os tucanos durante o período em que o partido esteve à frente do governo federal e no período seguinte, quando o PSDB passou à oposição, status que não soube desempenhar a contento.

Autor de vários livros, como “Apresentação do mundo” (1995), “Certa herança marxista” (2000), “O jogo do belo e do feio” (2005) e ‘Lições de filosofia primeira” (2011), Giannotti presidiu o Cebrap de 1984 a 1990 e entre 1995 e 2001. Foi membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e de diversos conselhos deliberativos da área educacional e científica, como da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Em nota, o Cebrap classificou o estudioso como “um dos maiores intelectuais brasileiros” e lamentou sua morte. “É com imensa tristeza que o Cebrap recebe a notícia do falecimento de um de seus fundadores, o prof. José Arthur Giannotti. Aos familiares e amigos que tiveram o privilégio de conviver com Giannotti, um dos maiores intelectuais brasileiros, nossas sinceras condolências”, destaca a nota.

O sociólogo Sérgio Henrique Abranches destacou a trajetória de Giannotti, que para ele foi “um dos maiores pensadores do Brasil”. “Muito triste com a morte do filósofo José Arthur Giannotti um dos maiores pensadores do Brasil. Vida longa dedicada ao pensamento”, escreveu Abranches em sua conta no Twitter.

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