Ex-presidente do Senado, Alcolumbre vislumbra cenário que pode dar trabalho ao novo chefe da Casa Civil

 
Presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira ainda não tomou posse como chefe da Casa Civil, o que acontecerá na próxima semana, mas já pediu a Bolsonaro autonomia para tratar das articulações políticas com o Senado, onde o governo tem enfrentado dificuldades. Nogueira precisará fazer muita ginástica para convencer seus pares de que ainda é possível salvar um governo esfacelado.

O primeiro obstáculo a ser superado, caso seja possível, é convencer o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a se realinhar ao Palácio do Planalto. Como antecipamos, Pacheco está de saída do Democratas e deve desembarcar no PSD, de Gilberto Kassab, e concorrer à Presidência da República no próximo ano. Esse é o plano do momento, mas nos bastidores comenta-se a possibilidade de Rodrigo Pacheco ser indicado a vice na chapa de Lula, com quem Kassab mantém boa relação.

Outro obstáculo a ser transposto pelo novo chefe da Casa Civil atende pelo nome de Davi Alcolumbre, senador pelo Democratas do Amapá. Ex-presidente do Senado, Alcolumbre não disputou o comando da Casa legislativa por impedimento legal – a reeleição não é permitida na mesma legislatura –, mas articulou com o governo Bolsonaro a eleição de Pacheco.

 
Vencida essa etapa, Davi Alcolumbre esperava que o Palácio do Planalto fosse recompensá-lo pela articulação com a indicação para algum ministério, mas isso não aconteceu. O senador amapaense saiu de cena e mergulhou em silêncio quase obsequioso, esperando o momento de dar a volta.

Como se sabe, na política brasileira a vingança é um prato que se come frio, tese que se encaixa perfeitamente no perfil de Alcolumbre. Com a chegada de Ciro Nogueira à Casa Civil, a influência do ex-presidente do Senado tende a diminuir. Isso significa que David Alcolumbre usará as “armas” que tem à disposição para minimizar o estrago.

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, responsável por sabatinar os indicados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República, Alcolumbre parece não ter pressa para inserir na pauta do colegiado alguns temas que interessam ao governo: as sabatinas de André Mendonça e de Augusto Aras, ao STF e à PGR, respectivamente.

A se confirmar esse cenário, perfeitamente possível, Davi Alcolumbre exigirá do novo articulador político do governo habilidade de sobra para alcançar os objetivos palacianos. Isso significa que Jair Bolsonaro será obrigado a ampliar o balcão de negócios, algo que ele próprio, enquanto candidato, condenou com veemência.

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