(*) Gisele Leite
Um reverendo chora na CPI da Pandemia e a intrincada teia de negociações governamentais parece ser um enigma insolúvel. Durante seu depoimento, pediu desculpas aos brasileiros, ainda bem que os mortos são ruidosos, porém, só que em outro plano.
Alguns senadores o chamaram de estelionatário, por mais de vinte vezes afirmou não se lembrar das reuniões. Amnésia providencial. Seu advogado, ao lado, soprava-lhe as respostas. O que foi notado pelo Presidente da CPI, senador Aziz.
Enfim, umas questões permanecem: – Por que não teve prisão decretada em flagrante delito por falso testemunho? Por que tratamento díspar dado ao líder religioso?
Será o temor a Deus? Ou à bancada evangélica do Congresso Nacional?
E, quem sabe, temor ao próprio Bolsonaro, que reafirma em público que sem voto impresso não haverá eleições em 2022?
Bailamos à beira do abismo e sobre um mar de infâmias, blasfêmias e bravatas.
(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.
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