De olho na contínua queda de popularidade, o presidente Jair Bolsonaro entregou ao Congresso Nacional, nesta segunda-feira (9), projeto que trata das novas regras do programa Bolsa Família, rebatizado como Auxílio Brasil.
O novo programa prevê aumento de pelo menos 50% no valor do benefício pago às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, podendo chegar a aproximadamente R$ 300 mensais. O presidente da República trava uma queda de braços com a equipe econômica para que o novo valor do benefício seja de R$ 400. Para quem já criticou duramente o Bolsa Família, o presidente Jair Bolsonaro é uma ode ao deboche.
Para viabilizar as mudanças no programa, o governo entregou ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição que trata do parcelamento em até dez anos dos precatórios, dívidas da União com pessoas físicas e jurídicas referendadas pela Justiça e com sentença transitada em julgado. A proposta do governo é um escárnio com aqueles que têm a receber da União e há muito aguardam por isso.
Ademais, a PEC em questão, se aprovada, certamente será alvo de contestação no Supremo Tribunal Federal (STF), já que a inconstitucionalidade de matéria é patente. Além disso, a proposta poderá ser considerada “pedalada fiscal”.
Em relação ao Auxílio Brasil, a proposta é marcada por uma visão míope da realidade por parte da equipe econômica, ainda sob o comando de Paulo Guedes, o falso milagreiro que foi apresentado à opinião pública, em 2018, com “Posto Ipiranga”.
O novo programa cria valores extras para famílias com atletas adolescentes, jovens que se destaquem em eventos científicos, além de vale-creche, benefício para produtores rurais e bônus para quem conseguir emprego formal.
A proposta do novo benefício é no mínimo um escárnio, não sem antes ser um atentado à capacidade de raciocínio do cidadão, pois impor condições para o pagamento de valores extras, como os acima mencionados, em um país que não incentiva o esporte, dá as costas à educação pública e não adota políticas que permitam a geração de empregos é prova inconteste de que o governo só privilegia uma minoria, enquanto os miseráveis serão usados para garantir votos.
Tomando por base que o ministro Paulo Guedes disse, em abril passado, que o Fies financiou os estudos universitários do “filho do porteiro do prédio”, o programa “Auxílio Brasil” é mais uma pérola elitista de um governo cujo presidente, enquanto candidato, afirmou ser o único capaz de solucionar os muitos problemas do País.
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