Covaxingate: CPI da Covid aprova acareação entre Onyx Lorenzoni e o deputado Luís Cláudio Miranda

 
Se as derrotas políticas contabilizadas na terça-feira (10) foram pouco para o presidente Jair Bolsonaro, a CPI da Covid tratou de arrumar mais um acalorado problema para o governo.

Em meio ao depoimento de Jailton Batista, diretor da farmacêutica Vitamedic, que faturou verdadeira fortuna comm a venda de ivermectina durante a pandemia, a CPI aprovou a realização de acareação entre o ministro Onyx Lorenzoni (Trabalho) e o deputado federal Luís Cláudio Miranda (DEM-DF).

A análise do respectivo requerimento não constava da pauta desta quarta-feira (11) da CPI, mas o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM) acabou levando à votação diante da “relevância do tema”.

O pedido de acareação foi protocolado pelo vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que no requerimento destacou as contradições entre as diferentes versões sobre o processo de compra da Covaxin, vacina contra Covid-19 fabricada pela farmacêutica indiana Bharat Biotech.

 
A compra dos imunizantes indianos foi cancelada pelo governo federal após as denúncias sobre ilegalidades no contrato com o laboratório. Além da CPI, o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Polícia Federal investigam as tratativas do governo brasileiro para a compra da Covaxin.

De acordo com as investigações da CPI, documentos relacionados ao processo de compra foram adulterados e falsificados por integrantes do Ministério da Saúde, como forma de viabilizar o negócio e autorizar o pagamento antecipado de determinado valor em paraíso fiscal.

O deputado Luís Cláudio Miranda e seu irmão Luís Ricardo, servidor do Ministério da Saúde, denunciaram à CPI eventuais fraudes na documentação e no processo de compra da Covaxin, intermediado pela empresa Precisa Medicamentos.

Em depoimento, os irmãos Miranda relataram ter informado o presidente Jair Bolsonaro sobre a suspeita de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana. Durante encontro no Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse aos irmãos que o caso era mais um escândalo relacionado ao líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), que prestará depoimento à CPI na quinta-feira (12).

O presidente disse aos Miranda, na ocasião, que pediria à Polícia Federal para investigar o caso, o que não aconteceu. Isso suscitou abertura de inquérito para apurar suposto crime de prevaricação por parte do presidente da República.

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