Morreu no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (11), aos 84 anos, o ator, diretor e roteirista Paulo José, um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira. Internado há vinte dias em hospital da capital fluminense, o ator não resistiu a uma pneumonia.
Diagnosticado, em 1993, com Parkinson – doença degenerativa que afeta o sistema nervoso central – Paulo José continuou trabalhando e sempre esteve empenhado na valorização do ofício de ator.
Em seu último trabalho na televisão, em 2014, Paulo José atuou na novela “Em Família” (TV Globo), interpretando um personagem que também tinha Parkinson. Em 2018, foi homenageado com o documentário “Todos os Paulos do Mundo”, filme que retrata sua carreira no cinema.
Ao longo de mais de 60 anos de carreira, Paulo José marcou a dramaturgia brasileira com trabalhos fundamentais para o teatro, o cinema e a televisão. Atuou em mais de vinte novelas e minisséries, teve personagens memoráveis e dirigiu e participou da criação de diversas obras.
Gaúcho de Lavras do Sul, Paulo José Gómes de Sousa teve o primeiro contato com o teatro aos 10 anos em uma escola de Bagé. Anos mais tarde, já em Porto Alegre, estreou no teatro amador. No início dos anos 60, o ator mudou-se para a cidade de São Paulo, onde começou a trabalhar no Teatro de Arena. Sua primeira peça foi “Testamento de um Cangaceiro”, de Chico de Assis, em 1961.
Estreou na TV Globo como ator na novela “Véu de Noiva”, de Janete Clair, em 1969. Ao longo da carreira, atuou em mais de 20 novelas e minisséries. Entre os destaques estão “Roda de Fogo” (1986), “Tieta” (1989), “Vamp” (1991) e “Agora É que São Elas” (2003), de Ricardo Linhares, escrita a partir de ideia original do próprio ator.
Paulo José foi casado com as atrizes Dina Sfat, Beth Caruso, Carla Camurati e Zezé Polessa. Ele deixa a esposa, a figurinista Kika Lopes, e quatro filhos: Ana, Bel e Clara Kutner (do relacionamento com Dina Sfat) e Paulo Caruso.
Em 2020, três dos quatro irmãos de Paulo José morreram de câncer. Ele era o segundo filho de uma família de cinco irmãos.
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