Ícone do cinema francês, Jean-Paul Belmondo morre aos 88 anos

 
O icônico ator francês Jean-Paul Belmondo, um dos principais nomes do cinema europeu, morreu aos 88 anos. A morte foi confirmada nesta segunda-feira (6) por seu advogado, sem que fosse divulgada a causa do óbito.

A carreira de Belmondo se estendeu por meio século, incluindo mais de 80 longas-metragens. Ele foi a personificação do estereótipo masculino nos anos 1960, caracterizado não pela boa aparência, mas sim pela virilidade e carisma.

Belmondo trabalhou com muitos dos mais importantes diretores franceses, como Jean-Luc Godard, François Truffaut e Claude Lelouch, em obras de autor, mas também em filmes de ação e comédias.

Ele nasceu em 9 de abril de 1933 no subúrbio parisiense de Neuilly-sur-Seine, em uma família de artistas: o pai, Paul Belmondo, era escultor, a mãe, Sarah Rainaud-Richard, pintora.

Ele praticou futebol e boxe antes de abandonar a escola aos 16 anos. Nos anos 1950, entrou para o Conservatório de Paris para estudar o ofício de ator. Um de seus professores chegou a lhe dizer que não tinha futuro como protagonista, devido a sua aparência. Temperamental, quando apresentou seu trabalho final no Conservatório e o júri não lhe deu o reconhecimento que ele achava que merecia, reagiu com um gesto obsceno.

 
Filmes de arte e de ação

Tendo iniciado a carreira em pequenos teatros, em 1958 Belmondo chamou a atenção de Godard, na época um aspirante a cineasta. O jovem ator, porém, não o levou a sério.

Seus primeiros sucessos no cinema foram “Basta ser bonita” (1958), de Marc Allégret, e “Quem matou Leda?” (1959) de Claude Chabrol. A grande projeção, porém, veio através do diretor Claude Sautet, em “Como fera encurralada”, de 1960.

Godard voltou a procurá-lo para realizar a obra-prima “Acossado”, obra central do movimento do cinema francês conhecido como Nouvelle Vague (“nova onda”). Entre os fins das décadas de 1950 e 1960, seus representantes transgrediam as regras cinematográficas vigentes e abandonavam as técnicas tradicionais de narrativa. Godard e Belmondo voltariam a colaborar cinco anos mais tarde em “O demônio das onze horas”.

Além de trabalhar com os principais diretores de sua época, Belmondo também contracenou com grandes nomes femininos como Jean Seberg, Jeanne Moreau, Catherine Deneuve, Romy Schneider e Sophia Loren.

Belmondo emprestou seu talento tanto a obras de autor (“Duas almas e um suplício, Território do mito”), filmes dramáticos, como “Leo Morin – o padre”, quanto aos sucessos de bilheteria “Cartouche, Polícia ou bandido” e “O homem do Rio” (filmado no Brasil). Por sua atuação em “Itinerário de um aventureiro” (1988) ganhou um César, a mais alta distinção do cinema francês. Em 2016, o Festival de Veneza lhe dedicou um Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra.

Sem mencionar a causa do óbito, o advogado de Belmondo declarou que ele morreu em casa, pacificamente, e que “andava muito cansado já há algum tempo”. O presidente francês, Emanuel Macron, lamentou a morte do ator, afirmando que a França havia perdido um “tesouro nacional”. (Com agências internacionais)

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