Com as eleições de 2022 no horizonte político, governo Bolsonaro sofrerá debandada de ministros até abril

 
Se até o momento o governo de Jair Bolsonaro foi pífio e inócuo, a partir de abril do próximo ano a situação deve piorar sobremaneira. Isso porque integrantes da equipe ministerial terão de deixar os respectivos cargos até o dia 2 de abril caso queiram participar das eleições do próximo ano.

Diante desse cenário, se nenhuma intempérie política acontecer até lá, permanecerão no governo o ministro Paulo Guedes, da Economia, e o generalato palaciano. A questão que se coloca é como o presidente da República fará as devidas substituições, já que a queda vertiginosa da aprovação do governo afasta qualquer pretendente com doses mínimas de competência. O que não significa que todos os atuais ocupantes dos cargos sejam competentes.

Ministro-chefe da Casa Civil, o senador licenciado Ciro Nogueira (PP) deve concorrer ao governo do Piauí. Nogueira é um dos próceres do Centrão, bloco parlamentar informal que faz refém o presidente da República, que teme um processo de impeachment.

Um dos poucos ministros bem avaliados, Tarcísio de Freitas é, por enquanto, o candidato de Bolsonaro ao governo de São Paulo. No caso de sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes ser confirmada, Freitas precisará alterar o domicílio eleitoral.

Deputada federal pelo PL, Flávia Arruda, que atualmente responde pela Secretaria de Governo da Presidência, terá de deixar o cargo caso queira concorrer ao governo do Distrito Federal, que em passado turbulento foi ocupado pelo marido, José Roberto Arruda.

Ministro do Desenvolvimento Regional e no momento sem filiação partidária – deixou o PSDB recentemente –, Rogério Marinho trabalha com a possibilidade de ser candidato ao governo do Rio Grande do Norte. Para tanto, terá de deixar o cargo e encontrar um partido que lhe dê legenda para a disputa.

À frente da pasta das Comunicações, o deputado Fábio Faria tem sobre a mesa dois projetos políticos distintos: disputar o governo do Rio Grande do Norte ou concorrer a uma vaga ao Senado. Filiado ao PSD, do ex-prefeito e ex-ministro Gilberto Kassab, Faria estuda a possibilidade de migrar para o Partido Progressista (PP).

O médico veterinário e sanfoneiro Gilson Machado, atual ministro do Turismo, não esconde sua intenção de concorrer ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Executivo pernambucano. Seu projeto político ganhou nesta terça-feira (28) mais um capítulo: a inauguração da Pracinha da Cultura, em Caruaru, no interior de Pernambuco. Na terra natal, Gilson Machado já é chamado de “governador”.

 
Filiada ao Democratas, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, não descarta uma candidatura ao governo do Mato Grosso do Sul ou tentar uma vaga no Senado. Com a iminência da fusão do Democratas com o PSL, a ministra terá de convencer a cúpula da eventual nova legenda de suas pretensões.

Bolsonarista de carteirinha e de primeira hora, o deputado federal licenciado Onyx Lorenzoni, filiado ao Democratas, não esconde de ninguém seu desejo de ocupar o Palácio Piratini, sede do Executivo do Rio Grande do Sul. Atualmente, Lorenzoni está à frente do Ministério do Trabalho, tendo também ocupado a chefia da Casa Civil da Presidência.

Quarto ministro da Saúde em mil dias de governo, o cardiologista Marcelo Queiroga, que cumpre quarentena em Nova York após testar positivo para o novo coronavírus, parece ter tomado gosto pela política. Sem se importar com os efeitos colaterais da sabujice que dedica a Jair Bolsonaro, o ministro tem no seu radar uma candidatura ao governo da Paraíba ou a disputa por uma vaga no Senado. Para atrapalhar seus planos, Queiroga está a um passo de ser indiciado pela CPI da Covid.

Deputado federal pelo Republicanos da Bahia, o atual ministro da Cidadania, João Roma, não nega seu desejo de concorrer ao governo da Bahia e se instalar no Palácio de Ondina, residência oficial do governador da terra de todos os santos. Roma tem a seu favor o auxílio emergencial, que pode ser estendido até abril do próximo ano.

Delegado da Polícia Federal e atual ministro da Justiça, Anderson Torres começa a flertar com uma candidatura ao governo do Distrito Federal, mas não descarta a possibilidade de concorrer ao Senado. Contra o projeto político, Torres tem sua quase submissão a Jair Bolsonaro. O ministro da Justiça participou da “live” em que o presidente da República atacou o sistema eleitoral vigente no País.

No comando do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a ultraconservadora e fundamentalista religiosa Damares Alves pode ser candidata ao Senado por algum estado do Nordeste, onde teve forte atuação como pastora evangélica. Damares nega que será candidata. Nesta terça-feira, durante evento oficial no Pará, a ministra declarou: “Não sou candidata a nada. Na verdade, vou pedir ao presidente (para deixar o governo), quando ele for reeleito, porque sou candidata a me juntar à Nasa e virar astronauta”. Contra Damares pesa a forma radical e subserviente como trata questões relacionadas aos direitos humanos.

Primeiro astronauta brasileiro a ir para o espaço, Marcos Pontes, ministro de Ciência e Tecnologia, poderá sair candidato ao Senado pelo PSC de São Paulo. Em meio ao ápice da pandemia de Covid-19, Pontes anunciou o desenvolvimento da primeira vacina brasileira contra o novo coronavírus. Ficou no discurso e acabou “atropelado” pelo Instituto Butantan, que desenvolveu a Butanvac, além de produzir no País a Coronavac, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Vice-presidente da República e general da reserva, Hamilton Mourão já anunciou que não pretende fazer dupla com Bolsonaro novamente. O presidente da República também não o quer como companheiro de chapa. Mourão pretende disputar uma vaga no Senado pelo Rio Grande do Sul.

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