Petrobras contraria Bolsonaro e reajusta em R$ 0,25 o preço do diesel; ministro apela aos governadores

 
A Petrobras anunciou nesta terça-feira (28) aumento de R$ 0,25 no preço do óleo diesel, na refinaria. O anúncio acontece um dia após o presidente da estatal, general Joaquim Luna e Silva, contrariando Jair Bolsonaro, afirmar, que a política de preços da empresa está atrelada ao mercado internacional de petróleo.

O presidente da República disse, durante cerimônia no Palácio do Planalto, que havia conversado com o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) para “melhorar ou diminuir” os preços cos combustíveis e do gás de cozinha.

“Hoje falei com o ministro Bento, conversando sobre a nossa Petrobras, o que nós podemos fazer para melhorar ou diminuir o preço na ponta da linha, onde está a responsabilidade”, disse o presidente da República durante evento da Caixa Econômica Federal alusivo aos mil dias do governo.

Ao perceber a impossibilidade de interferência na política de preços da Petrobras, Bolsonaro disse a apoiadores, horas depois, que o diesel sofreria reajuste em breve e que não pode “fazer milagre”. Faz-se necessário destacar que Roberto Castello Branco foi sacado da presidência da Petrobras, por ordem de Bolsonaro, na esteira dos preços dos combustíveis.

 
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Com o reajuste, o preço médio de venda do “diesel A” na refinaria passa de R$ 2,81 para R$ 3,06 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,25 por litro. O reajuste entra em vigor na quarta-feira (29). De acordo com a Petrobras, o reajuste de 8,89% acontece após 85 dias de preço estável do diesel – a última alta ocorreu em 7 de julho passado. A estatal não informou reajuste nos preços dos demais combustíveis.

Após o anúncio, o ministro Bento Albuquerque pediu aos governadores e prefeitos que evitem a elevação do preço do diesel para o consumidor final, como se isso fosse possível. Na verdade, a fala de Albuquerque é uma tentativa de minimizar a responsabilidade do governo federal nesse processo.

É importante salientar que os elevados preços dos combustíveis resultam de uma política econômica fracassada e da queda na produção de petróleo em todo o planeta. Apenas a título de informação, em 2020 moeda brasileira sofreu desvalorização de 27% em relação ao dólar, o que impacta diretamente nos preços de muitos produtos, inclusive dos combustíveis.

Além disso, a crise política alimentada pelo presidente Jair Bolsonaro faz com que a economia brasileira sofra ainda mais, com investidores receosos em relação ao futuro do País, especialmente no campo fiscal e da insegurança jurídica. Resta saber como reagirão os caminhoneiros, categoria que sempre ameaça o governo com paralisações.

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