Covid-19: “gripezinha” de Bolsonaro já matou mais de 600 mil brasileiros, oito vezes a lotação do Maracanã

 
O Brasil ultrapassou nesta sexta-feira (8) a trágica marca de 600 mil mortos por Covid-19, a “gripezinha” que o presidente negacionista Jair Bolsonaro disse atingir apenas os “maricas” e aqueles que recusaram o criminoso tratamento precoce.

Entre a ignorância torpe de Bolsonaro e a ciência, os brasileiros de bom-senso devem seguir o segundo caminho, pois não fossem as medidas sugeridas pelas autoridades sanitárias de todo o planeta, o morticínio seria ainda maior.

Ciente de que a matança provocada pelo novo coronavírus lhe custará caro, o presidente da República continua a negar a ciência e a defender o chamado “kit Covid”, não sem antes responsabilizar o isolamento social, adotado por governadores e prefeitos, pela disparada da inflação no País. Essa foi sua fala, sempre bandoleira, na enfadonha e semanal transmissão pelas redes sociais.

Nas últimas 254 horas, foram registradas mais 615 mortes pelo SARS-CoV-2, elevando o total de óbitos para 600.425, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa. No mesmo dia, o País chegou a 21.550.730 milhões de casos da doença, com o registro de 18.172 novas infecções.

Apenas um país acumula mais mortes do que o Brasil: os Estados Unidos, que recentemente superaram a marca de 700 mil óbitos por Covid-19. Os EUA, no entanto, têm uma população 55% maior que a do Brasil e contam com mecanismos mais eficientes de notificação.

 
Como já alertou o UCHO.INFO em diversas matérias sobre os efeitos da pandemia no País, os números reais de casos e mortes por Covid-19 no Brasil são maiores, principalmente por causa da falta de testagem em larga escala e da persistente subnotificação. Em junho, quando o Brasil superou a marca de 500 mil mortes oficialmente notificadas, estudos indicavam que o País provavelmente já contava mais de 600 mil óbitos pelo novo coronavírus.

A primeira morte oficial associada à Covid-19 no Brasil foi a de uma mulher de 57 anos, em São Paulo, em 12 de março de 2020. Desde então, o número de mortes pelo novo coronavírus equivale a 3 mil acidentes aéreos, ao longo de dezenove meses, como o ocorrido no aeroporto de Congonhas em 17 de julho de 2007. Para os amantes de dados comparativos, o número de mortos por Covid-19 no Brasil equivale a oito vezes a capacidade do Estádio Jornalista Mário Filho, o lendário Maracanã.

Com o avanço da vacinação, que começou com inaceitável atraso por causa do negacionismo que toma conta do governo Bolsonaro, o número de casos e de mortes experimenta trajetória de queda, o que não significa que o vírus foi derrotado, pelo contrário.

Ao noticiar os dados sobre a Covid-19, a grande imprensa erra enormemente ao “normalizar” 400 mortes diárias pelo vírus. É importante informar a população acerca do cenário pandêmico, mas não se pode considerar normal dois aviões despencando todo dia no aeroporto da capital paulista, repleto de passageiros.

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