Em um dos debates entre presidenciáveis, na campanha de 2018, Jair Bolsonaro encerrou sua participação afirmando que era o único postulante ao cargo com capacidade e credenciais para solucionar os muitos problemas do País. Na ocasião, o UCHO.INFO alertou para a deslavada mentira, afirmando que Bolsonaro era, como ainda é, um despreparado que não estofo para cargo de tamanha importância e responsabilidade, como a Presidência da República.
Embalado pelo movimento antipetista que surgiu na esteira de escândalos de corrupção, em especial o Petrolão, Bolsonaro acenou ao eleitorado com um discurso supostamente liberal em termos econômicos, usando a figura tosca de Paulo Guedes para convencer os incautos, a começar pelo mercado financeiro. Este portal sempre afirmou – e mantém a afirmação – que Guedes é um teórico conhecido que tem sérias dificuldades para colocar as próprias ideias no campo da prática.
Com a proximidade do fim do auxílio emergencial – este mês será paga a sétima e última parcela do benefício –, o governo se apressou em anunciar o programa Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família, com valor de R$ 400. Sem ter como custear o novo programa, a equipe econômica foi convencida pela ala política do Palácio do Planalto a furar o teto de gastos.
Na tentativa de acalmar os ânimos nos mercados financeiro e de câmbio, que reagiram negativamente ao anúncio, o governo Bolsonaro recorreu à contabilidade criativa e alterou o cálculo do teto de gastos, como se isso agisse como anestésico na percepção da realidade econômica do País.
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. Bolsonaro surpreende equipe econômica ao anunciar “vale diesel” para caminhoneiros, que ameaçam parar
Para provar que o governo Bolsonaro caminha na contramão da lógica econômica, o mercado financeiro deu claros sinais de turbulência, aumentada depois do anúncio do “vale diesel’, a ser pago durante os próximos 13 meses e a 750 mil caminhoneiros, que ameaçam greve, e custará aos cofres públicos a bagatela de R$ 3,9 bilhões.
O Ibovespa recuou 2,75% nesta quinta-feira (21), chegando aos 107.735 pontos – menor patamar desde 23 de novembro de 2020 (107.378,92). No contraponto, o dólar comercial registrou alta de 1,92%, encerrando os negócios cotado a R$ 5,668, maior valor desde 14 de abril deste ano, quando valia R$ 5,67.
Para piorar o conturbado cenário decorrente do furo do teto de gastos, os secretários do Tesouro e do Orçamento, ligados ao Ministério da Economia, pediram demissão. Além deles, a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araújo, também deixaram os cargos.
Enquanto o governo aposta no populismo barato, a economia nacional descamba ladeira abaixo. O dólar, que caminha com folego na direção dos R$ 6, obrigará a Petrobras a majorar em breve os preços dos combustíveis e do gás de cozinha. Ou seja, o “vale diesel” tende a derreter em pouco tempo.
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