Na quarta-feira (27), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou Jair Bolsonaro de “imbecil” e “palhaço” pelo fato de o homólogo brasileiro ter associado a vacina contra Covid-19 à AIDS. “O imbecil de Jair Bolsonaro, no Brasil, imbecil, palhaço, que disse algo estúpido, típico de alguém da direita, desacreditado, que não é amado pelo seu povo”, disse o tiranete bolivariano.
Que Bolsonaro é um populista barato movido pela ignorância atroz todo brasileiro de bom-senso já sabe, mas a cada dia o presidente surpreende a opinião pública com novas sandices discursivas. Esse comportamento “détraqué” não surpreende os leitores e seguidores do UCHO.INFO, pois este portal sempre afirmou deu destaque ao despreparo do chefe do Executivo.
Incompetente em nível elevado, Jair Bolsonaro tem enorme dificuldade em assumir suas fraquezas, por isso tenta transferir a terceiros os problemas que enfrenta como governante. Foi assim durante a pandemia, quando protagonizou a politização das vacinas, assim é em relação aos preços dos combustíveis.
Há dias, com o propósito de agradar o “talibã bolsonarista” e eventualmente diminuir sua crescente impopularidade, o presidente afirmou que a Petrobras “só dá problema” e defendeu a privatização da companhia. Na verdade, a estatal tem abastecido fartamente os cofres federais, seja com o pagamento de impostos, seja com o repasse de dividendos a que a União tem direito. Ou seja, a Petrobras não é o problema, mas a solução.
Absurda e mentirosa, tal afirmação serve para minimizar o fiasco em que se transformou a política econômica do governo, cenário que dificilmente mudará no curto prazo porque o ainda ministro Paulo Guedes, da Economia, aceitou passivamente o papel de boneco de ventríloquo de Bolsonaro. Além disso, o anunciado furo do teto de gastos fará com que os preços dos combustíveis fiquem ainda mais altos.
Beira a irresponsabilidade alguém que sugere a privatização da Petrobras ao mesmo tempo em que denigre a imagem da empresa. Nenhum investidor consciente se interessará por uma empresa cujo maior acionista diz ser problemática.
Como se não bastasse os recorrentes destampatórios, Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (28), durante transmissão ao vivo pela internet, que a Petrobras não pode ter lucros elevados. “Se é uma empresa que exerce monopólio, tem que ter seu viés social, no bom sentido. Ninguém quer dinheiro da Petrobras para nada. Queremos que a Petrobras não seja deficitária, obviamente, invista também em gás, e não apenas em outras áreas”, declarou.
Com essa estapafúrdia afirmação, o presidente da República mais uma vez afugenta possíveis interessados na privatização da Petrobras, processo que não é tão simples e rápido quanto sugere. Se Bolsonaro diz a verdade quando afirma que “ninguém quer o dinheiro da Petrobras para nada”, que o governo use os recursos dos dividendos da estatal para subsidiar o preço do gás de cozinha, por exemplo.
Bolsonaro sabe que a inflação compromete sobremaneira seu projeto de reeleição, por isso tenta achar culpados para os desacertos de um governo pífio e populista. Caso seja confirmado a violação do teto de gastos para custear o programa Auxílio Brasil, a inflação continuará em curva de alta, assim como os preços dos combustíveis.
Escritor e filósofo, o francês Joseph-Marie de Maistre (1753-182) disse que “toda nação tem o governo que merece” (“Toute nation a le gouvernement qu’elle mérite”), mas a descontrolada ignorância de Bolsonaro é uma pesada cruz que nenhum brasileiro merece carregar. O pior nesse quadro desolador é ter de concordar com Maduro.
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