A atriz Fernanda Montenegro é a mais nova imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira, Fernanda foi eleita nesta quinta-feira (4) para ocupar a cadeira de número de 17 da ABL, vaga desde a morte do escritor e diplomata Affonso Arinos de Mello Franco, em 15 de março de 2020.
Fernanda Montenegro era candidata única, mas sua eleição poderia não acontecer se ela não conseguisse mais que a metade dos votos. Em sessão secreta, como sempre acontece, a atriz obteve 32 votos, além de dois em branco e uma abstenção. A ABL, fundada em 1897, tem 40 cadeiras, mas cinco estavam vagas, ou seja, 35 imortais tinham direito a voto.
Presidente da Academia, Marco Luchesi destacou a eleição da atriz. “Fernanda ocupa um lugar primordial na cultura brasileira. Eu dizia hoje que teremos que aumentar o número de cadeiras para 80, porque, se ela trouxer aqueles 20, 30 personagens que marcaram a história do nosso país, ela entra com todos eles. Fernanda Montenegro é ligada ao imaginário brasileiro, mas também é uma intelectual engajada e sensível leitora do real, um dos grandes ícones da cultura brasileira”, afirmou
“Sua presença enriquece os laços da Academia com as artes cênicas. Com ela adentram, luminosos, tantos personagens que marcaram gerações, passado, presente e futuro”, completou.
A cadeira 17, que será ocupada por Fernanda Montenegro, tem como patrono o jornalista Hipólito da Costa (1774-1823). Seu primeiro ocupante foi o crítico e professor Silvio Romero (1851-1914). Na sequência, ocuparam a cadeira o também crítico e professor Osório Duque-Estrada (1870-1927), autor da letra do Hino Nacional; o médico legista, professor e ensaísta Edgar Roquette-Pinto (1884-1954); o professor e crítico literário Álvaro Lins (1912-1970); o professor, diplomata e filólogo Antonio Houaiss (1915-1999); e Affonso Arinos de Mello Franco (1930-2020).
No próximo dia 11, a ABL elegerá o novo ocupante da cadeira 20, cujos concorrentes são o cantor e compositor Gilberto Gil e o poeta Salgado Maranhão. Uma semana depois, no dia 18, será definido o ocupante da cadeira 12, no dia 24; o da cadeira 39. Em dezembro será eleito o novo ocupante da cadeira 2.
Para integrar a Academia Brasileira de Letras não é necessário ter carreira literária de sucesso. O estatuto da ABL exige que para se tornar um “imortal” os pretendentes “tenham, em qualquer dos gêneros de literatura, publicado obras de reconhecido mérito ou, fora desses gêneros, livro de valor literário”.
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