Faltando 13 dias para o Enem, 29 servidores do Inep pedem demissão e acusam presidente do instituto

 
Marcado por uma ideologia que flerta com o retrocesso e o autoritarismo, o governo de Jair Messias Bolsonaro esfarela com o passar dos dias, processo que teve início com a estreia do presidente no Palácio do Planalto. Por infortúnio, os brasileiros dotados de bom-senso foram sufocados em suas opiniões pelo “talibã bolsonarista”, que prefere não enxergar o óbvio.

O desmanche do governo é algo que preocupa sobremaneira, pois tem reflexos diretos no setor de investimentos. A reboque de um discurso que sataniza a esquerda para esconder muitas incompetências, Bolsonaro tem colecionado momentos de constrangimento explícito, como os que enfrentou na Itália, para onde viajou com o intuito de participar da cúpula do G20.

De volta ao País, Bolsonaro foi surpreendido no último final de semana com a renúncia de 21 cientistas à Ordem do Mérito Científico, devido à decisão do governo de suspender a homenagem aos médicos Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda e Adele Benzaken.

Marcus Vinícius foi responsável por estudo pioneiro que apontou a ineficácia da cloroquina no combate à Covid-19. Adele foi exonerada do Ministério da Saúde após publicar cartilha voltada para homens trans. Em suma, a perseguição ideológica no governo é inegável.

 
Nesta segunda-feira (8), em mais uma prova de que questões ideológicas comprometem o futuro do País, 29 servidores responsáveis pela organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pedirão exoneração.

Faltando 13 dias para a realização das provas, a debandada ocorreu por causa da “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep [Instituto nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais]”.

O presidente do Inep, Danilo Dupas Ribeiro, é acusado pelos demissionários de promover um desmonte no órgão – com decisões desprovidas de critérios técnicos – e assédio moral.

A denúncia é da Associação de Servidores do Inep (Assinep), que destaca o clima “insuportável” no instituto. Dupas foi levado ao cargo pelo atual ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro, de quem é próximo.

A Assinep divulgou carta de cinco páginas destacando que o Enem e outros exames sob a responsabilidade do Inep estão “em risco”. O texto afirma que “o clima organizacional é de desconfiança, intimidação, assédio, perseguição e insegurança psicológica”. Ressalta também que o “trabalho dos servidores e gestores é desvalorizado” e que Dupas “não ouve sequer os ocupantes de cargos comissionados”.

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