Ainda enfrentando problemas com o aplicativo de votação, PSDB corre o risco de sair menor das prévias

 
Há anos enfrentando um contínuo encolhimento político, o PSDB vive momento sui generis em relação à escolha do candidato do partido à Presidência da República. Se antes da realização das prévias presidenciais, suspensas por falha no aplicativo de votação, a legenda alimentava um conhecido racha histórico alas de filiados, agora a cizânia tornou-se maior e com direito a acusações entre tucanos de fina plumagem.

Criado por defensores da socialdemocracia, o PSDB sofreu um processo de mutação ideológica com a chegada de novos integrantes, que por causa de interesses político-eleitorais e briga pelo poder acabaram empurrando a legenda na direção de correntes de direita. Essa mutação ganhou visibilidade por ocasião da candidatura de João Dória Júnior ao governo paulista, em 2018. À época, ao perceber o risco de ser derrotado nas urnas, Dória não pensou duas vezes a acabou migrando, ao menos em discurso, para o flanco de Jair Bolsonaro, um adepto confesso do autoritarismo.

Com três filiados – Dória, Eduardo Leite (governador do Rio Grande do Sul) e Arthur Virgílio Neto (ex-prefeito de Manaus) – disputando as prévias, o PSDB corre contra o tempo para solucionar o problema que afetou o aplicativo de votação e impediu a escolha do seu presidenciável.

Após o fiasco do último domingo (21), o partido anunciou a contratação de nova empresa de tecnologia para corrigir os problemas, mas essa incursão não produziu o resultado esperado. Na verdade, a empresa RelataSoft teve seu aplicativo reprovado em testes realizados na madrugada desta quarta-feira (24).

 
Diante do novo percalço, o PSDB iniciou nova fase de testes com a empresa Beevotar. Caso a nova contratada consiga passar nos testes, as prévias tucanas serão concluídas amanhã, quinta-feira. Enquanto isso, integrantes das campanhas de Dória e Leite pressionam para que o processo de escolha do candidato seja concluído com máxima celeridade. Contudo, a direção da legenda trabalha com a possibilidade de a votação terminar no próximo domingo.

“Em relação à empresa de votação eletrônica para as prévias do PSDB [RelataSoft], os testes realizados durante toda noite e madrugada não foram totalmente satisfatórios. Em reuniões confirmadas já para o início desta manhã, o PSDB e campanhas já programam testes com nova empresa [Beevoter]. Outras entidades também já estão contatadas”, informou o PSDB em nota divulgada na manhã desta quarta-feira.

Independentemente de quem seja o escolhido para participar da corrida presidencial do próximo ano, o PSDB sairá menor desse processo e com algumas feridas a serem tratadas. Além disso, o partido certamente será alvo de uma debandada de correligionários. O principal é o ex-governador Geraldo Alckmin, que por enquanto tem a intensão de concorrer ao comando do governo de São Paulo, talvez pelo PSD.

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