Socialdemocratas, verdes e liberais chegam a acordo para formar novo governo na Alemanha

 
Quase dois meses depois das eleições parlamentares na Alemanha, os três partidos que negociam a formação de um governo chegaram a um acordo de coalizão. Os partidos Social-Democrata (SPD), Verde e Liberal Democrático (FDP) convocaram uma coletiva de imprensa para a tarde desta quarta-feira (24) com o objetivo de apresentar os detalhes do pacto.

As negociações entre as três legendas começaram oficialmente no fim de outubro. Após o acordo de coalizão, as legendas esperam que o líder socialdemocrata Olaf Scholz seja eleito pelo Bundestag (Parlamento) na semana do dia 6 de dezembro como sucessor de Angela Merkel no cargo de chanceler federal.

Somente na terça-feira, os três partidos chegaram a um consenso sobre o tema proteção climática. Segundo informações obtidas pela emissora ARD, uma expansão maciça das energias renováveis deve ser estipulada no acordo tripartite.

A meta é fazer com que até 2030 as energias eólica e solar cubram 80% do consumo de energia na Alemanha e um terço dos carros sejam completamente elétricos. Pouco tempo depois, licenças para veículos com motor a combustão deixarão de ser concedidas. A coalizão também pretende antecipar o abandono da energia a carvão de 2038 (meta atual) para 2030, segundo a ARD.

Ministérios

De acordo com a emissora, detalhes sobre controversos temas envolvendo orçamento e finanças ainda não são conhecidos, assim não foram anunciados oficialmente os nomes dos ministros do novo governo.

Contudo, é considerado como certo que o chefe dos liberais será o novo ministro das Finanças, e os chefes do Partido Verde Annalena Baerbock e Robert Habeck e comandarão, respectivamente, a pasta do Exterior e um novo superministério englobando as áreas Proteção Climática e Economia.

 
O acordo de coalizão prevê que os socialdemocratas controlem, além do posto de chanceler federal e da chefia de gabinete da Chancelaria (similar à Casa Civil no Brasil), os ministérios do Interior, da Defesa, da Saúde e do Trabalho e da Cooperação Econômica, assim como uma nova pasta chamada Construção e Moradia. Os verdes assumem o ministério de Clima e Economia, além das pastas de Exterior, Meio Ambiente, Agricultura e Família. Os liberais levam os ministérios das Finanças, do Transporte, da Justiça e da Educação.

“Coalizão semáforo”

O SPD foi o partido mais votado nas eleições gerais de 26 de setembro, com 25,7% dos votos. O Partido Verde obteve o melhor resultado da sua história, com 14,8%, e os liberais alcançaram 11,5%.

Tradicionalmente, uma coalizão de governo necessita alcançar a maioria absoluta no Parlamento (o que também garante a eleição do candidato indicado a chanceler pelo Bundestag), já que os partidos alemães costumam ser avessos a governos de minoria.

No caso de efetivação do acordo, será a primeira aliança tripartite a governar a Alemanha desde anos 1950. E esta seria a primeira vez que uma “coalizão semáforo” – em alusão às cores dos partidos socialdemocrata (vermelho), liberal (amarelo) e verde – governaria em nível federal a Alemanha, pondo fim aos 16 anos de governo conservador sob Merkel.

Chefiado pela chanceler federal, o governo atual é composto pela união entre o partido dela, a União Democrata Cristã (CDU), e seu partido irmão União Social Cristã (CSU) e o Partido Social-Democrata (SPD). A aliança entre as duas maiores bancadas é chamada de “grande coalizão”.

Os conservadores amargaram o pior resultado de sua história nas eleições de setembro, obtendo 24,1% dos votos, e uma repetição da aliança com o SPD foi descartada por ambos os partidos.

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