Após fala negacionista de Bolsonaro, governo decide fechar fronteiras aéreas para seis países africanos

 
Depois da retomada do negacionismo por parte do presidente Jair Bolsonaro, o governo federal decidiu fechar as fronteiras aéreas para pelo menos seis países africanos, em razão do surgimento da nova variante do coronavírus, batizada de Ômicron e com maior poder de infecção.

Anunciada na noite desta sexta-feira (26) pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, a medida entrará em vigor na próxima segunda-feira e vale para voos e passageiros da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbabue. Uma portaria, a ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), oficializará a medida.

De acordo com Ciro Nogueira, a decisão foi tomada em conjunto pela Casa Civil e pelos ministérios de Infraestrutura, Saúde e Justiça e Segurança Pública. “O Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África em virtude da nova variante do coronavírus. Vamos resguardar os brasileiros nessa nova fase da pandemia naquele país”, disse o ministro.

Mais cedo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a adoção de restrições para passageiros dos citados países africanos, mas Bolsonaro descartou a proposta, até porque precisa alimentar o desvario da turba de apoiadores. Outros países adotaram medidas restritivas a voos e passageiros procedentes de países africanos.

Até o momento, o Brasil não registrou caso da nova variante do coronavírus, segundo informações do Ministério da Saúde, que monitora a situação. “A pasta está em constante vigilância e analisa, de forma conjunta com vários órgãos do governo federal, as medidas a serem tomadas”, informou o ministério por meio de nota.

Nas últimas semanas, o Brasil não recebeu voos, diretos ou com escalas, dos países africanos mencionados acima. A informação é da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que ressaltou não haver previsão de voos futuros.

 
Entre as poucas empresas aéreas que fazem voos do continente africano para o Brasil, a principal é a Ethiopian Airlines. Contudo, a Etiópia não está na lista divulgada pela Casa Civil. Isso significa que a Ethiopian poderá trazer ao Brasil passageiros dos países alcançados pela restrição, pois a companhia continuará fazendo voos regionais. E esses dados não são divulgados, já que, segundo a empresa aérea, viola a privacidade dos passageiros.

O mesmo pode acontecer com as empresas Air France/KLM e Qatar Airways, mas os voos teriam de fazer escalas em Paris, Amsterdã e Doha, respectivamente.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), que acompanha o cenário provocado pela nova cepa do vírus, afirma que a variante Ômicron tem maior capacidade de transmissão e está relacionada ao crescimento do número de infecções nos citados países, onde a cobertura vacinal ainda é muito baixa.

Como destacamos em matéria anterior, no continente africano menos de um terço dos profissionais de saúde estão vacinados contra Covid-19, mas continuam tratando de pacientes infectados pelo novo coronavírus. Temos afirmado nos últimos meses que a pandemia só estará sob controle quando toda a população do planeta estiver imunizada. Até lá, as medidas de proteção devem ser mantidas e seguidas à risca.

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