Dória sonha com a permanência de Alckmin no PSDB, mas ex-governador não descarta chapa com Lula

 
Presidenciável do PSDB, o governador João Dória Júnior (SP) disse, após vencer as prévias tucanas, que torce pela permanência de Geraldo Alckmin no partido. Ex-governador São Paulo, Alckmin está de saída do PSDB e, por enquanto, é candidato ao Palácio dos Bandeirantes em 2022.

Traído pelo atual governador após a disputa pela prefeitura da capital paulista, em 2016, Alckmin pode migrar para o PSD, de Gilberto Kassab, ou para o PSB, partido de Márcio França, que foi seu vice e perdeu a disputa pelo governo de SP na eleição de 2018.

Geraldo Alckmin tem dado sinais de que não descarta eventual dupla com o ex-presidente Lula na corrida rumo ao Palácio do Planalto, nas eleições do próximo ano, mas essa chapa ainda depende de muitas conversas com o petista. De chofre é preciso considerar que entre ser vice-presidente da República e governador da mais importante unidade da federação, a segunda opção é mais relevante.

É importante ressaltar que o eleitorado cativo de Geraldo Alckmin é conservador em termos políticos e não gostaria de vê-lo na mesma chapa de Lula, já que o PT sempre atacou o PSDB e vice-versa. É verdade que a realidade do mundo político nem sempre chega aos eleitores da forma adequada.

 
Por outro lado, Alckmin, que no momento lidera as pesquisas eleitorais para o governo de SP, seguido pelo petista Fernando Haddad, ajudaria a pavimentar as derrotas de Jair Bolsonaro e de Dória, caso aceite ser candidato a vice de Lula. Além disso, uma dobradinha com o ex-metalúrgico aumentaria as chances de Haddad vencer a eleição para governador, longevo sonho de consumo do PT.

Quando defende a permanência de Alckmin no PSDB, o governador João Dória não age com sinceridade, mas busca priorizar seus interesses políticos e eleitorais. Dória lançou previamente o vice Rodrigo Garcia, “cristão novo” no PSDB, como candidato ao governo de SP. Esse cenário mostra que Dória não se preocupa com o projeto de Geraldo Alckmin de conquistar mais um mandato de governador.

Permanecendo no PSDB, como deseja Dória, o ex-governador teria como alternativa uma candidatura ao Senado Federal, que, vale lembrar, não é “pouca coisa”, pelo contrário. Um mandato de senador na atual conjuntura do Brasil é menos complexo do que governar São Paulo, principalmente considerando a crise econômica turbinada pela pandemia do novo coronavírus. No contraponto faz-se necessário destacar que São Paulo tem o segundo maior orçamento do País.

Para concluir, Alckmin só permaneceu até agora no PSDB para apoiar o governador Eduardo leite, do Rio Grande do Sul, que ficou em segundo lugar nas prévias do partido. Ademais, Dória, que tem elevado índice de rejeição (na casa de 54%), pretende tirar do caminho quem possa lhe fazer sombra na sua tentativa megalômana de ser presidente da República.

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