Covid-19: variante ômicron do novo coronavírus chegou à Europa antes do que se imaginava

 
O Instituto de Saúde Pública da Holanda (RIVM) anunciou, na terça-feira (30), ter identificado a variante ômicron em amostras coletadas em 19 e 23 de novembro, vários dias antes da detecção do surto de 14 casos em dois voos vindos da África do Sul, em 27 de novembro, e antes mesmo de a variante ser notificada pelo país africano à Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 24.

De acordo com o RIVM, os testes PCR então realizados indicaram uma reação especial, apontando para uma anomalia na proteína “spike” do vírus SARS-CoV-2, o que levantou a suspeita de que se tratava de casos da variante e indicou a necessidade de análises aprofundadas.

O RIVM comunicou ter entrado em contato com as pessoas afetadas para iniciar investigações sobre as circunstâncias do contágio. Uma dessas duas pessoas não viajou para o sul da África, por isso provavelmente contraiu o vírus na Holanda, segundo a virologista Chantal Reusken, do RIVM.

Casos anteriores à notificação

Até o momento, Holanda, Bélgica e Alemanha são os três países europeus que reportaram casos de infecções pela ômicron ocorridas antes de a descoberta da variante ser notificada à OMS, em 24 de novembro.

Contudo, é provável que outros países também encontrem casos mais antigos da nova cepa à medida que refizerem testes nas amostras guardadas.

O primeiro país europeu a comunicar um caso da nova variante foi a Bélgica, no dia 26 de novembro, onde uma pessoa testou positivo no dia 22. Ela apresentou os sintomas da covid-19 11 dias depois de viajar para o Egito com escala na Turquia.

Na Alemanha, as autoridades informaram que uma pessoa que testou positivo para a ômicron chegou ao aeroporto de Frankfurt no dia 21 de novembro. O paciente, totalmente vacinado, apresentou sintomas ao longo da semana e então testou positivo.

 
Surto em dois voos da KLM

Na última sexta-feira (26), 624 passageiros que estavam em dois voos da KLM vindos da África do Sul foram submetidos a testes de detecção do novo coronavírus ainda no aeroporto de Schiphol, em Amsterdã. Destes, 61 resultados foram positivos, e em 14 dos casos a infecção era causada pela ômicron.

O RIVM detalhou que foram detectados diferentes tipos de estirpes de vírus da variante ômicron. Isso significa que essas 14 pessoas infectadas foram provavelmente infectadas separadamente, de uma fonte diferente e em locais diferentes.

Acreditava-se que esses 14 casos fossem os primeiros em solo holandês, mas nesta terça-feira foi verificado que a variante já estava circulando no país uma semana antes de os dois voos chegarem a Amsterdã.

Restrições para viajantes

Na sexta-feira passada, o governo da Holanda decretou a proibição do tráfico aéreo com diversos países do sul do continente africano.

Além disso, foi solicitado que cerca de 5 mil passageiros que chegaram da África do Sul, Botsuana, Lesoto, Moçambique, Namíbia, Suazilândia e Zimbábue realizassem testes, independentemente de apresentarem sintomas da covid-19 ou estarem vacinados.

Os países do sul da África passaram a ser classificados pelo Executivo holandês como áreas de muito alto risco, o que obriga todos os que vierem da região a realizar período de quarentena.

Antes de a existência da ômicron se tornar conhecida, a Holanda já lidava com um forte aumento das infecções com a variante delta e um aumento da pressão hospitalar, o que levou à introdução de um “bloqueio noturno” no país, com o fechamento de toda atividade não essencial a partir das 17h todos os dias.

A Organização Mundial da Saúde afirmou que ômicron representa um risco global muito elevado. A nova variante tem grande número de mutações, mas ainda não está claro se a nova variante é de fato mais transmissível e quais os efeitos na imunidade humana e na severidade da Covid-19. (Com agências internacionais)

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