Bolsonaro volta a atacar Alexandre de Moraes, dispara contra Moro e recorre à teoria da conspiração

 
Nesta quinta-feira (9), em evento no Palácio do Planalto alusivo ao Dia internacional contra a corrupção, o presidente Jair Bolsonaro fugiu do tema central para, como sempre, acenar para suas milícias eleitorais.

Bolsonaro afirmou não compreender como um parlamentar pode permanecer preso durante sete meses. “Doeu no meu coração ver um colega preso? Doeu”, completou o presidente da República, que, mesmo de forma inominada, fez referência a Daniel Silveira (PSL-RJ), preso na esteira de discursos antidemocráticos.

“Não posso entender um parlamentar ficar preso sete meses. Se errou, como todos nós podemos errar, jamais a pena seria para isso”, disse o chefe do Executivo. “Se coloquem no lugar dele”, acrescentou.

Depois de uma trégua nos ataques discursivos ao Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro retomou a verborragia, cujo alvo principal é o ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão de Silveira.

“Eu não prendi ninguém, principalmente por liberdade de expressão. Isso é um ato antidemocrático, que dá nojo e é tapa na cara”, disparou o presidente. “Estamos assistindo atos arbitrários no Brasil com constância”.

Bolsonaro, como sabem as pessoas dotadas de bom-senso, é um amante confesso do totalitarismo e desde o primeiro dia de mandato tem mostrado disposição para empurrar o Brasil na direção do retrocesso e do obscurantismo.

 
O presidente sabe que as chances de reeleição derretem com o passar dos dias, por isso retoma os ataques ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos que miram o próprio Bolsonaro e alguns de seus insanos apoiadores.

Antes dessa retomada das críticas, o momento de maior tensão na “corda esticada” em que se transformou a relação entre o Palácio do Planalto e o STF aconteceu nas comemorações do Sete de Setembro, quando Bolsonaro chamou Moraes de “canalha”, não sem antes ter ameaçado com possível afastamento do magistrado.

Durante a cerimônia palaciana, Bolsonaro fez críticas à CPI da Covid e ao ex-ministro e presidenciável Sérgio Moro, que deve concorrer ao Palácio do Planalto pelo Podemos.

Sempre disposto a teorias da conspiração, o presidente disse que Moro não se empenhou para, junto à Polícia Federal, investigar o episódio da facada sofrida por ele em 2018, durante ato de campanha na cidade mineira de Juiz de Fora. “Será que os mandantes podem ser gente que a gente menos espera?”, questionou Bolsonaro.

Como destacamos em matérias anteriores, Jair Bolsonaro recorrerá novamente à vitimização na esperança de sensibilizar os eleitores, em especial os que o abandonaram desde sua chegada à Presidência, período marcado por absurdos de todos os matizes. Por isso o crime cometido por Adélio Bispo de Oliveira, que encontra-se preso, volta à baila.

Por outro lado, Bolsonaro falando em combate à corrupção é no mínimo um atentado à coerência. Não bastassem os casos das “rachadinhas” que envolvem o próprio presidente, dois de seus filhos e parentes, ele está refém do Centrão, que tem entre seus próceres investigados por corrupção e crimes correlatos.

Não por acaso, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o détraqué Augusto Heleno, cantarolou certa feita “se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão”. Em suma, Bolsonaro não tem moral para falar em combate à corrupção.

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