(*) Gisele Leite
Quando você pensa que já assistiu a todas as bizarrices, vem uma inédita. O Presidente da República atual deseja expor publicamente os nomes de técnicos da Anvisa que foram responsáveis para liberar a versão pediátrica da vacina da Pfizer para crianças da faixa etária de 5 até 11 anos. Aliás, a direção da Anvisa já foi alvo de ameaças e estão sendo investigadas pela Polícia Federal.
A Anvisa liberou a vacina infantil, mas ainda não existe data para o início da imunização. Doravante, as crianças dependerão do Ministério da Saúde adquirir as doses, que serão customizadas, bem como para a inclusão no Programa Nacional de Imunização contra Covid. Queiroga, o atual Ministro da Saúde, já informou que não será viável a vacinação ainda este ano e a liberação ainda será alvo de deliberação da câmara técnica do Ministério da Saúde.
Diversas entidades médicas comemoraram a decisão da Anvisa, sendo considerada como extremamente importante pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Entretanto, os médicos explicam que os pais e responsáveis devem ficar atentos aos detalhes relevantes no momento da vacinação. Pois a composição, dosagem e intervalos serão diferentes dos imunizantes dos adultos. O atual diretor-presidente da Anvisa, Contra-almirante Antônio Barra Torres, afirma que violência antivacina está em crescente e que é necessário discuti-la, antes que as ameaças se concretizem.
E, ainda, ressaltou que as decisões como a liberação de vacinas para determinado grupo vão sempre atender aos critérios técnicos. É bom sublinhar que a Anvisa é uma agência reguladora do Estado brasileiro e, não de um governo.
Após os ataques proferidos pelo Presidente da República devido à decisão de liberar a vacinação contra a Covid-19 para crianças, a Anvisa divulgou através de seu presidente nota onde repudia com veemência qualquer ameaça, explícita ou velada que venha a constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias. Enfim, o que deveria ser motivo de comemoração adicionou mais um item na crise sanitária e política do país. Lamentável.
(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.
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