(*) Gisele Leite
Forçado a interromper suas graciosas férias em Santa Catarina, em face de obstrução intestinal, o Chefe da Nação foi internado em Hospital em São Paulo. A nova obstrução intestinal ainda é reflexo do atentado que sofreu em setembro de 2018. Ainda é cedo, segundo seus médicos, saber se será necessária nova cirurgia.
Em pouco mais de três meses, o atual governo federal estará findo. Não é pelo fato de as eleições serem antecipadas, nem dar-se-á quaisquer rupturas institucionais.
Pois, no início de abril vindouro, pelo menos onze ministros deixarão o governo para concorrer aos mais variados cargos, nas eleições de outubro de 2022. A debandada deve ser ainda maior do que nos anteriores governos federais, e já desperta dissenso e conflitos.
Os partidos políticos que compõem o célebre Centrão, como sempre, desejam majorar sua influência na república, assim alguns ministros deixarão seus auxiliares na cadeira ministerial, de forma que mantenham alguma ingerência nas respectivas pastas.
De qualquer forma, segue o Centrão com Bolsonaro, pelo menos por enquanto. Pois, no passado, lembremos, o Bolsonaro já integrou oficialmente a base parlamentar de Lula e Dilma, mas jamais tiveram tanto poder e dinheiro quanto no atual governo.
Assim, quanto mais enfraquecido for o governo federal, mais caro será o apoio dado pelo Centrão. E, segundo especialistas, tal parceria depende da viabilidade eleitoral de Bolsonaro para 2022.
Os mais experientes, colocaram suas barbas de molho e, há até quem diga que Bolsonaro desistirá a reeleição, quando perceber que perderia já no primeiro turno. Outros, no entanto, defendem a ideia de se aproxima mais um golpe de Estado articulado por militares e membros do Centrão. Quo vadis?
Quo vadis? Trata-se de uma frase latina que significa “Para onde vais?” ou “Aonde vais?”. O uso moderno da frase refere-se a um relato do evangelho apócrifo conhecido como “Atos de Pedro” (Manuscrito Vercelli XXXV), no qual, ao fugir de uma provável crucificação em Roma, São Pedro encontra Jesus ressuscitado e pergunta: Quo vadis?
E Jesus responde: Romam vado iterum crucifigi (“Vou a Roma para ser crucificado de novo”). Prontamente, Pedro ganha coragem para continuar seu ministério e acaba por se tornar um mártir após ser crucificado com a cabeça para baixo.
Aproveito para desejar um Feliz 2022 a todos nossos leitores e colaboradores e, principalmente, para Ucho Haddad.
(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.
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