Bolsonaro volta a questionar vacinação, defende imunidade de rebanho e diz que ômicron é “bem-vinda”

 
O presidente Jair Bolsonaro insiste em levar adiante o discurso negacionista em relação à Covid-19, única forma de manter em ação a turba de radicais apoiadores. Nesta quarta-feira (12), o presidente da República voltou a minimizar os efeitos devastadores da pandemia e disse que a variante ômicron do novo coronavírus é “bem-vinda”.

“[A] ômicron, que já espalhou pelo mundo todo, como as próprias pessoas que entendem de verdade dizem: que ela tem uma capacidade de difundir muito grande, mas de letalidade muito pequena”, afirmou Bolsonaro, durante entrevista a um site de notícias.

“Dizem até que seria um vírus vacinal. Deveriam até… Segundo algumas pessoas estudiosas e sérias – e não vinculadas a farmacêuticas – dizem que a ômicron é bem-vinda e pode sim sinalizar o fim da pandemia”, declarou.

Bolsonaro alegou que a variante ômicron “não tem matado ninguém” e que a morte ocorrida em Goiás, já confirmada como decorrente de infecção pela nova cepa, seria de pessoa que já tinha “problemas seríssimos. O paciente, um homem de 68 anos, era hipertenso e tinha doença pulmonar obstrutiva crônica.

Em nova investida contra as vacinas, o presidente afirmou na entrevista ter determinado ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que divulgue casos de efeitos colaterais causados por imunizantes contra Covid-19.

“Tudo bem, não vou questionar. Vamos partir do princípio que os números estão certos. Justifica a vacinação? Eu cobrei ontem do ministro Queiroga, da Saúde, a divulgação das pessoas com efeito colateral. Quantas pessoas estão tendo reações adversas no Brasil pós-vacina? Quantas pessoas estão morrendo também por outras causas que são creditadas à Covid?”, questionou.

 
“Trezentas e poucas crianças [mortas]… Lamento cada morte, ainda mais de criança, a gente sente muito mais, mas não justifica a vacinação pelos efeitos colaterais adversos que essas pessoas têm”.

Somente alguém movido pela ignorância é capaz de fazer tais afirmações, no momento em que o País volta a registrar média móvel de 50 mil casos diários de Covid-19, marca de seis meses atrás.

Como se não bastasse o espetáculo de estupidez, Bolsonaro voltou a defender a imunidade de rebanho, ignorando a campanha de vacinação e o apagão de dados no Ministério da Saúde. A essa altura dos acontecimentos, com mais de 60% da população vacinada contra o novo coronavírus, falar em imunidade de rebanho é demonstração de oportunismo barato misturado a delinquência intelectual.

Como tem afirmado o UCHO.INFO, Jair Bolsonaro já percebeu que seu projeto de reeleição corre sérios riscos de naufragar, por isso o presidente investe na radicalização do discurso negacionista e no ataque a adversários.

Fosse o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), minimamente responsável, ao menos um dos mais de 140 pedidos de impeachment contra Bolsonaro já teria sido desengavetado. Agora, a poucos meses das eleições, levar adiante um processo dessa natureza é atirar o Brasil no precipício.

Contudo, os brasileiros de bem precisam estar atentos aos movimentos de Bolsonaro, já que o País está nas mãos de um defensor da ditadura e simpatizante de torturadores. O governo, que na prática sequer começou, está desmoronando, o que representa uma séria ameaça à democracia e ao Estado de Direito.

Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.