Após alerta para falta de testes de Covid-19, Saúde diz que responsabilidade é de estados e municípios

 
À medida que a variante ômicron do novo coronavírus se espalha pelo Brasil, cada vez mais testes de Covid-19 estão sendo realizados. Diante desse cenário, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) alertou nesta quarta-feira (12) para o risco de desabastecimento de insumos para testes e recomendou, em nota técnica, que pacientes graves sejam priorizados para a realização dos exames.

Pela escala proposta pela associação, devem ser testados primeiro os pacientes com maior gravidade de sintomas, seguidos por casos de hospitalização e cirurgia, pessoas de grupos de risco, gestantes, trabalhadores assistenciais da área da saúde e colaboradores de serviços essenciais.

A associação também pondera que reconhece a importância da testagem de toda a população para controle epidemiológico, mas alerta que, se não houver recomposição dos estoques “rapidamente”, poderá ocorrer falta de oferta de exames, tanto para os de tipo PCR quanto de antígeno.

A Abramed aponta que “a alta transmissibilidade da nova variante ômicron causou aumento exponencial de casos, o que vem demandando significativo aumento da capacidade produtiva global de testes”.

“Quando avaliamos as notícias que vêm de outros países, de que eles já estão sem insumos, é certo que o problema chegará ao Brasil”, diz a associação na nota.

A entidade afirma não ter como calcular até quando será possível atender a demanda, pois os estoques variam entre os laboratórios e as regiões.

A associação informou que outras entidades do setor de saúde serão contatadas sobre a situação, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Ministério da Saúde, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e a Associação Médica Brasileira (AMB).

 
98% mais testes em janeiro

Ainda de acordo com a Abramed, o início de 2022 está sendo marcado por um intenso aumento na demanda nos laboratórios privados nacionais por exames para detecção do coronavírus. Entre as empresas associadas – que respondem por mais de 65% de todos os exames realizados pela saúde suplementar no país – foram mais de 240 mil testes entre os dias 3 e 8 de janeiro de 2022, um aumento de 98% em comparação com a semana do Natal (20 a 26 de dezembro de 2021).

O índice de testes com resultado positivo também aumentou, passando de uma média de 7,6% na época do Natal para mais de 40% no começo do mês de janeiro.

Apesar de não existirem dados comparativos com essa mesma semana de 2021, se o ritmo for mantido, a expectativa é que, até o final do mês, os números alcancem os registrados no final de janeiro de 2021, quando foram realizados cerca de 1,5 milhão de exames.

Aumento de testes de influenza

Além disso, os testes para detecção do vírus influenza também apresentaram aumento expressivo. Alguns laboratórios associados da Abramed registraram elevação superior a 1.000% entre a primeira e a última semana de dezembro do ano passado.

A taxa de testes com resultado positivo chegou a 40% neste mesmo período. Entretanto, em janeiro, apesar do alto volume de testagens, a taxa de positividade caiu para 10% nos exames de influenza.

Responsabilidade de governadores e prefeitos

Após o alerta da Abramed, o Ministério da Saúde tentou ficar à margem da escassez de testes na rede pública e atribuiu a responsabilidade pela testagem aos Estados e municípios.

Em nota, a pasta chefiada pelo subserviente Marcelo Queiroga informou estar atenta à situação de testes para Covid-19 e que realiza “rotineiramente” o monitoramento da disponibilidade de insumos necessários para a realização dos exames no Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, o ministério ressaltou que cabe aos estados e municípios providenciar recursos para os diagnósticos.

“No entanto, por conta da pandemia da Covid-19, a pasta tem apoiado os estados com a disponibilização dos testes. Desde o início da pandemia foram entregues mais de 27,4 milhões de testes do tipo RT-PCR e 38,8 milhões de testes rápidos de antígeno para todo o país”, destaca a nota do Ministério da Saúde.(Com agências de notícias)


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