O governo de Jair Bolsonaro é uma usina de absurdos que atenta contra a democracia e a cidadania. Em 2018, durante a campanha presidencial, alertamos para o perigo de eleger alguém como Bolsonaro. Na ocasião, assim como fazemos até então, destacamos que o País mergulharia no caos e no retrocesso com a chegada de um despreparado ao Palácio do Planalto. O preço que pagamos por esses alertas foi enorme, mas a consciência tranquila é o que mais importa.
No último sábado (23), o Ministério da Saúde, comandado pelo negacionista Marcelo Queiroga, decidiu rejeitar diretrizes elaboradas e aprovadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e anunciou que o medicamento hidroxicloroquina é eficaz e seguro no tratamento da Covid-19, ao mesmo tempo em que afirmou serem ineficazes as vacinas contra o novo coronavírus.
Que o governo Bolsonaro é movido pelo desvario todo brasileiro coerente já percebeu, mas negar a eficácia das vacinas e defender o tal “kit Covid” é o ápice do negacionismo, não sem antes configurar um crime, pelo qual o presidente deve ser processado e punido com o rigor da lei.
Como se não bastasse o documento assinado pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Helio Angotti – é cotado para assumir cargo de direção na Anvisa –, a pasta enviou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária informações complementares no âmbito do pedido de aprovação do autoteste de Covid-19.
O ministério informou que o governo não comprará os autotestes, que deverão ser adquiridos pelos interessados nas farmácias. Entre as informações adicionais cobradas, a Anvisa questionou como os resultados dos testes seriam informados ao Ministério da Saúde e inseridos na plataforma da Covid-19.
A pasta informou que cidadão que realizar o autoteste terá de se dirigir a um posto de saúde para informar a um profissional de saúde o resultado. Em suma, se o resultado for negativo, a pessoa terá de enfrentar o congestionamento nas Unidades Básicas de Saúde, correndo o risco de contrair a variante ômicron do vírus SRS-CoV-2.
Em 27 de setembro de 2021, ao comentar sobre a cotação do dólar e os preços dos combustíveis, Bolsonaro disse à sua claque de aluguel: “Nada não está tão ruim que não possa piorar”. Considerando o descalabro em que se transformou o governo, a frase correta é: “Nada é tão ruim que eu não possa piorar”.
Pois bem, com o Brasil entrando no terceiro ano da pandemia, o Ministério da Saúde resolveu se preocupar somente agora com a realização de testagem em massa para monitorar a crise sanitária. Como os autotestes dependem de autorização da Anvisa e de posterior importação, o produto só estará disponível nas farmácias, na melhor das hipóteses, no final de fevereiro.
Mesmo assim, há quem defende a tese de que Jair Bolsonaro é o melhor presidente de todos os tempos. Imaginem, leitores e leitoras, se fosse o pior deles.
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