Banco Central eleva a Selic para 10,75% ao ano; crise econômica continua avançando

 
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (2) elevar a taxa Selic em 1,5 ponto percentual, de 9,25% para 10,75% ao ano. Trata-se da a oitava reunião consecutiva do Copom que termina com aumento da Selic.

A taxa alcançou os dois dígitos pela primeira vez após quatro anos e meio e está no seu nível mais alto desde maio de 2017. Quando Jair Bolsonaro tomou posse como presidente, a Selic era de 6,5%.

O Copom informou, em comunicado, que manterá o “ciclo de aperto monetário”, mas indicou que as próximas altas da Selic devem ser menos intensas. A próxima reunião do Copom será nos dias 16 e 17 de março. A expectativa é que a taxa básica de juro encerre o ano em 11,75%.

O comitê ponderou que se por um lado os efeitos das altas anteriores da Selic serão sentidos nos preços nos próximos meses, por outro o risco de descontrole fiscal ao longo do ano pode pressionar a inflação para cima.

“Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Comitê avalia que a incerteza em relação ao arcabouço fiscal segue mantendo elevado o risco de desancoragem das expectativas de inflação”, afirmou o Copom.

 
Inflação alta

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, pois taxas de juro maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Isso ignifica que o crescimento da economia está mais uma vez comprometido pela incompetência do ainda ministro Paulo Guedes, apresentado ao eleitorado, em 2018, como “Posto Ipiranga”.

Medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial de 2021 foi de 10,06%, muito acima do teto da meta de 5,25%, fixada para o ano passado.

Em janeiro, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, afirmou em carta ao ministro da Economia que os principais fatores para o estouro da meta de inflação foram a forte elevação dos preços de diversos bens, especialmente das commodities, a bandeira tarifária da energia elétrica acionada a partir de setembro devido à crise hídrica e desequilíbrios entre a demanda e a oferta de insumos nas cadeias produtivas globais.

Em outro vértice da tragédia economia que se abate sobre o País, impondo aos brasileiros grave situação de dificuldade, o aumento da Selic também amplia o gasto do governo com o pagamento do juro da dívida pública.

Em um cenário de grave crise econômica e temendo o desmoronamento do seu projeto de reeleição, o presidente Jair Bolsonaro insiste em conceder aumento salarial para os policiais federais, que engrossam sua descontrolada base de apoio.

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