Agências ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU) pediram, na quarta-feira (2), às autoridades brasileiras esclarecimento da morte violenta do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, espancado em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
O pedido partiu do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e da Organização Internacional para Migrações (OIM), que destacaram ter recebido com consternação a notícia da morte do refugiado da República Democrática do Congo.
As duas agências da ONU, juntamente com a organização não governamental Pares Cáritas do Rio de Janeiro, pediram que o crime seja esclarecido e acrescentaram que acompanham o caso.
A Anistia Internacional Brasil publicou mensagem destacando que Moïse e sua família deixaram o Congo “na esperança de viver uma vida digna e com mais oportunidades no Brasil. Sonho que foi covardemente interrompido pelo racismo e pela xenofobia. Seu assassinato não pode ficar impune! #JusticaPorMoise.”
A Justiça fluminense decretou a prisão temporária de três suspeitos de terem espancado o congolês até a morte. Eles foram detidos e deverão responder por homicídio duplamente qualificado (impossibilidade de defesa e uso de meio cruel).
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Morte bárbara
De acordo com relatos de familiares da vítima, o crime aconteceu na noite de 24 de janeiro. Moïse, que vivia no Brasil desde 2011 na condição de refugiado, foi ao quiosque Tropicália, localizado na Barra da Tijuca, e acabou sendo espancado até a morte no local. O corpo dele foi encontrado amarrado.
Segundo os familiares, Moïse foi ao quiosque para cobrar duas diárias atrasadas por serviços prestados ao estabelecimento, onde costumava trabalhar como atendente. O dono do quiosque nega que houvesse pagamentos atrasados e disse à polícia não conhecer os agressores. O proprietário do estabelecimento declarou que não estava no local no momento do crime. A polícia ainda investiga as causas do assassinato.
Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) indicou que a causa da morte do jovem congolês foi traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente.
Imagens divulgadas pela imprensa brasileira mostram um grupo de agressores dando murros, pontapés e até golpes com um pedaço de madeira no congolês na noite do crime. Momentos depois, com a vítima já desmaiada, os mesmos homens tentam, com a ajuda de outras pessoas, reanimá-la. Os agressores chegaram a amarrar as mãos e os pés de Moïse, já deitado no chão, após a barbárie. 9Com agências de notícias)
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