Delinquentes intelectuais, apoiadores divulgam nas redes sociais que Bolsonaro evitou a invasão da Ucrânia

 
A delinquência intelectual que move os apoiadores de Jair Bolsonaro é uma ode ao absurdo. O presidente brasileiro sequer tinha desembarcado em Moscou, onde se reunirá com Vladimir Putin, e bolsonaristas usaram as redes sociais para disseminar a falsa informação de que Bolsonaro, usando de uma suposta influência que sequer existe, conseguiu evitar a invasão da Ucrânia.

O ex-ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) e o empresário Luciano Hang se encarregaram de disseminar nas redes sociais a hashtag “BolsonaroEvitouAGuerra”, sem que ao menos o presidente brasileiro tivesse conversado com Putin.

Salles, exercendo o papel de sabujo de plantão, compartilhou imagem falsa de uma capa da revista Times, sugerindo o nome de Bolsonaro para o Prêmio Nobel da Paz de 2022 por ter evitado o acirramento da crise entre Rússia e Ucrânia”. Como se não bastasse, o ex-ministro descreveu Bolsonaro como “o homem que poderá definir o futuro do planeta”. Na postagem, Salles, sem mencionar que se tratava de uma montagem, escreveu “Parabéns, presidente”.

Em outra publicação, Ricardo Salles usou indevidamente a logomarca da “CNN Brasil” para afirmar que Bolsonaro “evitou a terceira guerra mundial”. Na postagem, o ex-titular do Meio Ambiente sequer escreveu uma legenda. Em resposta, a “CNN Brasil” publicou nota desmentindo informação e afirmando tratar-se de montagem grotesca.

Assim que ingressou no espaço aéreo russo, Jair Bolsonaro, oportunista como sempre, deu destaque à notícia da retirada das tropas, mesmo tendo sido aconselhado pelo Itamaraty a não tratar do assunto durante a visita a Moscou.

É importante salientar que o Kremlin recuou porque o blefe de Vladimir Putin fracassou. Afinal, se a Ucrânia aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) terá de enfrentar o poderio militar de todos os integrantes do bloco, que, vale ressaltar, é bem maior do que o russo. Além disso, a estratégia de usar o fornecimento de gás natural à Europa como arma acabou se transformando em tiro no pé de Putin.

 
Em relação aos bolsonaristas, que formam um rebanho de alucinados, chega a causar vergonha que um chefe de Estado dependa desse tipo de ação mentirosa e rasteira para frequentar as manchetes.

Pouco há para dizer sobre Ricardo Salles, o apasquinado da corte que é alvo de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em esquema de facilitação de contrabando de madeira ilegal. Salles deixou o governo Bolsonaro em junho de 2021, após denúncias de exploração ilegal de madeira na Amazônia.

Em entrevista à coluna Painel, do jornal “Folha de S.Paulo”, Salles disse que as publicações nas redes sociais são “memes” e classificou como “uma imbecilidade” a polêmica em torno do assunto. O ex-ministro só não explicou quem de fato estava a fazer o papel de imbecil.

“É óbvio [que não era sério]. O Bolsonaro nem chegou na Rússia ainda. As pessoas estão muito sem senso de humor. Está todo mundo muito aguerrido. Não tem cabimento isso”, afirmou Salles à coluna editada pelo jornalista Fábio Zanini.

“Qualquer pessoa com dois neurônios viu que era uma brincadeira. É óbvio isso. Fake news? Se você não puder fazer mais brincadeira na internet, acaba com a internet de uma vez”, completo o ex-ministro.

Esse episódio permite imaginar como o meio ambiente foi tratado enquanto Ricardo Salles foi ministro do governo do totalitarista Jair Messias Bolsonaro.

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