Morre em São Paulo, aos 81 anos, o cineasta Arnaldo Jabor

 
O cineasta Arnaldo Jabor morreu na madrugada desta terça-feira (15), em São Paulo, no Hospital Sírio-Libanês, onde estava internado desde 16 de dezembro em razão de um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. Em comunicado, à época da internação, o hospital informou que Jabor foi submetido a procedimento vascular para desobstrução de coágulo. No final de dezembro, outro comunicado informou que o cineasta estava consciente e se recuperando.

Em uma rede social, a produtora de cinema Susana Villas Boas, ex-mulher de Arnaldo Jabor e mãe de João Pedro, comentou que seu filho havia perdido o pai e o Brasil, “um grande brasileiro”.

Jabor conquistou o público e a crítica especializada no final dos anos 1960, na esteira do chamado Cinema Novo. Filho de um oficial da Aeronáutica e de uma dona de casa, o cineasta nasceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1940.

Reconhecido como diretor de filmes marcantes, como “Toda Nudez Será Castigada”, Jabor também foi técnico de som, crítico teatral, roteirista e colunista de jornais e televisão.

Seu primeiro longa foi “Opinião Pública” (1967), documentário em que radiografa a mentalidade da classe média brasileira. Nos 1970, um dos piores momentos da ditadura militar, quando a censura dava o tom do cotidiano, Jabor lançou “Pindorama” (1970).

 
Em 1973, dirige um de seus filmes de maior destaque, “Toda Nudez Será Castigada”, baseado em peça de Nelson Rodrigues. O filme era uma crítica contundente à hipocrisia ao conservadorismo da burguesia de então.

Dois anos mais tarde, em 1975, lança “O Casamento”, também a partir de obra de Nelson Rodrigues, em mesclou o grotesco e o histérico, sem alcançar o sucesso do longa anterior (“Toda Nudez Será Castigada”).

Em 1978, com “Tudo Bem” inicia a “Trilogia do Apartamento”, em que mais uma vez aborda de forma crítica e irônica o comportamento da sociedade brasileira, que na ocasião sofria os efeitos colaterais do insucesso do chamado milagre econômico.

Jabor lançou em 1980 “Eu Te Amo”, filma que faz uma análise íntima e sexual de um casal, interpretado por Sônia Braga e Paulo Cesar Pereio. Por fim, em 1986, o cineasta volta à telona com “Eu Sei Que Vou Te Amar”, espécie de reedição do drama anterior (“Eu Te Amo”), desta vez com o casal sendo interpretado por Fernanda Torres e Thales Pan Chacon.

Com o fim do apoio oficial ao cinema nacional, no início da década de 1990, decisão tomada no início do governo de Fernando Collor de Mello, o cineasta passou um longo período sem filmar, dedicando-se à atividade de comentarista em jornais (Folha, Estadão, O Globo) e na televisão (TV Globo e Manhattan Connection). Voltou ao cinema em 2010, com “A Suprema Felicidade”, em que revisita a infância no Rio de Janeiro.

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