Lewandowski proíbe Damares Alves de abrir o “Disque 100” para negacionistas e contrários à vacinação

 
O negacionismo criminoso do governo de Jair Bolsonaro em relação à pandemia de Covid-19 vem sofrendo seguidas derrotas. Até recentemente, o ministro Marcelo Queiroga (Saúde), que se envergonha da própria sabujice, trabalhava intensamente nos bastidores para dificultar ao máximo a vacinação de crianças (5 a 11 anos) contra o novo coronavírus. De alguns dias para cá, Queiroga passou a pedir aos pais que vacinem seus filhos contra o vírus SARS-CoV-2 e suas variantes.

Nesta segunda-feira (14), o governo sofreu mais uma derrota, desta vez com a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos de disponibilizar o “Disque 100”, canal oficial do governo, para queixas contra a imunização de crianças e a exigência do certificado de vacinação.

Além disso, Lewandowski determinou aos ministérios da Saúde e da Mulher que modifiquem notas técnicas que se opõem ao passaporte vacinal e à obrigatoriedade da vacinação de crianças contra Covid-19.

Nessas referidas notas técnicas terá que constar a interpretação validada pelo Supremo, de que “a vacinação compulsória não significa vacinação forçada, por exigir sempre o consentimento do usuário”.

Contudo, a obrigatoriedade pode “ser implementada por meio de medidas indiretas, as quais compreendem, dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades ou à frequência de determinados lugares, desde que previstas em lei, ou dela decorrentes”.

 
As notas técnicas também deverão informar que o passaporte vacinal pode ser implementado, de acordo com suas competências, tanto pela União como pelos estados, Distrito Federal e municípios. Em suma, no caso específico o magistrado seguiu entendimento do STF sobre a competência dos entes federados para tomar decisões relacionadas à pandemia.

De acordo com Lewandowski, “ao disseminarem informações matizadas pela dubiedade e ambivalência, no concernente à compulsoriedade da imunização, [os ministérios] prestam um desserviço ao esforço de imunização empreendido pelas autoridades sanitárias”.

O magistrado afirma que as pastas, respectivamente comandadas por Marcelo Queiroga e Damares Alves, contribuem “para a manutenção do ainda baixo índice de comparecimento de crianças e adolescentes aos locais de vacinação, cujo reflexo é o incremento do número de internações de menores em unidades de terapia intensiva – UTIs em 61% em São Paulo”.

O ministro Ricardo Lewandowski determinou também a intimação pessoal de Damares e Queiroga sobre a decisão. A decisão do ministro será levada ao plenário do Supremo para a análise de todos os integrantes da Corte.

Com índices de aprovação do governo em queda persistente e o esfarelamento do seu projeto de reeleição, Jair Bolsonaro não apenas radicaliza o discurso para agradar aos apoiadores, mas obriga que integrantes do governo façam o mesmo.

Em qualquer país razoavelmente sério e com autoridades cientes de suas atribuições, Bolsonaro e meia dúzia de ministros já estariam longe dos cargos e devidamente presos. Até porque, o que essas pessoas têm praticado ao longo da pandemia é crime contra a humanidade.

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