Príncipe Andrew fecha acordo em ação de abuso sexual e reconhece danos causados à vítima

 
O príncipe Andrew, do Reino Unido, fechou um acordo para encerrar um processo judicial por violência sexual movido pela americana Virginia Giuffre, que afirma ter sofrido abuso sexual pelo filho da rainha Elizabeth II quando tinha 17 anos.

Em petição ao tribunal federal de Nova York, onde o processo tramita, o advogado de Giuffre, David Boies, declarou que as partes haviam chegado a um acordo. Em carta anexa, os advogados de ambas as partes pediram ao juiz para suspender os prazos e a tramitação do processo. A petição informa que eles solicitariam para o caso ser arquivado em março.

O acordo evita um julgamento que poderia trazer ainda mais embaraços à família real britânica, assim como estipula que Andrew fará uma doação substancial para a instituição de caridade de Giuffre.

Em anexo à petição enviada por Boies ao tribunal, está uma declaração que diz: “O príncipe Andrew pretende fazer uma doação substancial para a instituição de caridade da senhora Giuffre em apoio aos direitos das vítimas”. E acrescenta que ele “nunca teve a intenção de prejudicar o caráter da senhora Giuffre, e reconhece que ela sofreu tanto como vítima estabelecida de abuso como por ataques públicos injustos”.

Giuffre não divulgou um comunicado sobre o motivo que a levou a aceitar o acordo. A manifestação do seu advogado não revela o montante que Andrew se comprometeu a doar.

 
Quem é Virginia Giuffre

Giuffre foi uma das mulheres que acusaram o milionário americano Jeffrey Epstein de abuso sexual infantil. Ele se suicidou na cela de uma prisão em Nova York, em 2019, enquanto aguardava julgamento.

Em 2015, Giuffre disse ter sido forçada a manter relações sexuais com Andrew em Londres, Nova York e em uma ilha particular no Caribe, entre 1999 e 2002, período em que afirma ter sido mantida como “escrava sexual” por Epstein.

Em agosto de 2021, ela entrou com a ação civil contra Andrew. “Estou responsabilizando o príncipe Andrew pelo que ele fez comigo”, afirmou à época, em comunicado. “Os poderosos e os ricos não estão isentos de ser responsabilizados por seus atos. Espero que outras vítimas vejam que é possível não viver em silêncio e medo, mas recuperar a própria vida falando e exigindo justiça.”

Giuffre alegou ter sido apresentada a Andrew pela socialite britânica Ghislaine Maxwell, que era companheira de longa data de Epstein. Maxwell foi condenada em 2021 por tráfico sexual infantil e outros crimes relacionados.

Andrew inicialmente negou com veemência as acusações de abuso sexual e tentou fazer que a ação judicial fosse rejeitada. Em 2019, anunciou que se afastaria da vida pública devido ao episódio.

Com base na declaração do acordo com Giuffre, o príncipe Andrew reconhece que Epstein traficou “inúmeras meninas” durante muitos anos e diz que ele “lamenta a sua associação com Epstein, e elogia a coragem da senhora Giuffre e de outras sobreviventes que saíram em defesa de si mesmas e de outras”. (Com agências internacionais)

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