Bolsonaro chama premiê húngaro de “irmão”, usa lema fascista e volta a sugerir interferência sobre Putin

 
O comportamento torpe e rasteiro do presidente Jair Bolsonaro é de causar vergonha. Nas visitas oficiais que fez à Rússia e à Hungria, o chefe do Executivo federal mostrou mais uma vez que realmente é. Um populista barato e preconceituoso, sem competência e estofo para ocupar cargo de tamanha relevância e responsabilidade como a Presidência da República. Ao longo da campanha presidencial de 2018 o UCHO.INFO, sem medo de errar, que a eleição de Bolsonaro colocaria o Brasil no tablado do vexame.

Nesta quinta-feira (17), em rápido discurso durante improvisada viagem a Budapeste, capital húngara, Bolsonaro não se incomodou em mostrar que é um populista barato e que adula a extrema direita internacional.

Ao lado do ultrarradical Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria e homem forte do país há mais de uma década, Bolsonaro chamou o líder local de “meu irmão dadas as afinidades”, não sem antes falar em “valores que nós representamos, que podem ser resumidos em quatro palavras: “Deus, Pátria, Família e Liberdade”.

Se há um terreno que Orbán não frequenta é o da liberdade, assim como faz Bolsonaro com suas investidas contra a democracia brasileira, o Estado de Direito, os Poderes da República e as instituições. Na verdade, Bolsonaro considerada liberdade o direito de dizer e fazer o que bem entender, postura típica de ditadores.

Deixando de lado a palavra “liberdade”, o mote “Deus, Pátria e Família”, que tem origem fascista, e já foi utilizada diversas vezes por Bolsonaro em seus discursos populistas e nauseantes.

 
Sem qualquer preparo no campo da diplomacia, até porque esse jamais foi seu forte, Jair Bolsonaro cometeu uma gafe ao referir-se à Hungria como “pequeno grande irmão” do Brasil. Isso porque o presidente brasileiro associa a grandeza de uma nação ao quantitativo populacional. O Brasil, por exemplo, com mais de 22 milhões de habitantes, tornou-se minúsculo no cenário internacional.

Sempre acionando o discurso mitômano para se fazer importante, Bolsonaro voltou a insistir na tese absurda e mentirosa de que Vladimir Putin, presidente da Rússia, desistiu de invadir a Ucrânia após aconselhá-lo. Trata-se de uma inverdade escabrosa criada pela manada bolsonarista que rumina sandices nas redes sociais e que acabou ganhando corpo porque totalitaristas agem à sombra da mentira e do absurdo.

Inicialmente, disse: “Discutimos a possibilidade ou não de uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Por coincidência, quando estávamos em voo [rumo a Moscou], houve o anúncio”.

“Sendo coincidência ou não, a guerra não interessa a ninguém”. É importante destacar que não há qualquer relação entre a decisão de Putin, considerada uma enorme farsa pela OTAN, e a visita de Bolsonaro a Moscou.

Contudo, é preciso dar razão a Bolsonaro quando ele trata Putin e Orbán como “irmãos” e defensores dos mesmos valores. Afinal, os três são totalitaristas, truculentos, homofóbicos e xenófobos.

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